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    China mantém controle sobre eleição em Hong Kong e provoca revolta

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    31/08/2014 11h46

    A China confirmou neste domingo (31) que manterá nos próximos anos o controle sobre os candidatos a chefe de governo de Hong Kong. Apesar de esperada, a medida causou revolta e manifestantes começam a pregar a desobediência civil.

    Tomada pela Assembleia Nacional Popular chinesa, a decisão define que os postulantes ao Executivo do território continuam a ser escolhidos por uma comissão nomeada por Pequim, que seleciona apenas candidatos alinhados com o regime.

    Alex Ogle/AFP
    Manifestantes usam luzes de celulares para protestar por democracia em Hong Kong neste domingo
    Manifestantes usam luzes de celulares para protestar por democracia em Hong Kong neste domingo

    Somente após a escolha dos candidatos que os eleitores podem votar em Hong Kong. A previsão anterior era que em 2017, quando acontecem as próximas eleições, qualquer um pudesse postular para o cargo sem se submeter ao jugo de Pequim.

    A regra havia sido criada em 1997, quando o Reino Unido entregou o território à China. Analistas esperavam que a medida fosse revogada, devido ao temor que Hong Kong represente uma ameaça à estrutura do regime comunista.

    A vice-secretária-geral da Assembleia Nacional Popular, Li Fei, disse que a liberdade total na escolha de candidatos criaria uma sociedade caótica.

    "Esses direitos vêm de leis, não caem do céu. Se o chefe de governo de Hong Kong não ama o país e o partido, então ele não pode trabalhar aqui", disse. "Esta é uma decisão legal, justa e razoável. É uma decisão digna e prudente e seus efeitos legais estão acima de dúvidas".

    Alex Ogle/AFP
    Manifestante grita palavras de ordem em protesto contra controle chinês sobre eleição em Hong Kong
    Manifestante grita palavras de ordem em protesto contra controle chinês sobre eleição em Hong Kong

    PROTESTOS

    A previsibilidade, porém, não diminuiu a indignação de militantes pró-democracia, que pedem liberdade total no processo eleitoral. Eles não aceitam o processo de nomeação de candidatos, que impede opositores de concorrer no pleito.

    "Essa decisão não nos deixa outra alternativa que lutar por um sistema democrático genuíno e vamos começar a campanha de forma pacífica. Queremos dizer ao mundo que não vamos desistir", disse Joseph Cheng, líder da Aliança pela Democracia Verdadeira.

    O movimento Occupy Central ameaça bloquear o distrito financeiro de Hong Kong em retaliação à medida, como parte de uma campanha de desobediência civil. Inicialmente, os ativistas pretendem fazer protestos menores.

    Diante da possibilidade de protesto, o governo central chinês reforçou a segurança em prédios estatais do território, como a sede do governo e do Exército, com mais soldados, barricadas ou cercas.

    Em junho, os movimentos pró-democracia condenaram um documento em que a China reafirmava seu controle sobre Hong Kong. Os ativistas viram a divulgação do texto como uma forma de provocação contra os habitantes do território.

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