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    Opositores cortam momentaneamente sinal de TV estatal do Paquistão

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    01/09/2014 06h56

    A televisão estatal do Paquistão foi atacada nesta segunda-feira pelos opositores que pedem a renúncia do primeiro-ministro, Nawaz Sharif, e que cortaram momentaneamente o sinal do canal, informou à agência de notícias Efe uma fonte oficial.

    Cerca de 400 manifestantes invadiram ao meio-dia (hora local) as sedes sociais da Paquistão Televisão (PTV) em Islamabad após escalar os muros e render os guardas de segurança, disse um porta-voz policial.

    Aamir Qureshi/AFP
    Manifestantes em entrada da sede do canal estatal PTV, invadida em protesto contra governo
    Manifestantes em entrada da sede do canal estatal PTV, invadida em protesto contra governo

    O canal PTV transmitiu imagens dos manifestantes entrando em suas instalações antes de o sinal ser cortado, de acordo com o jornal local Express Tribune.

    Os manifestantes destruíram parte das instalações e derrubaram as fotografias de Sharif.

    Pouco depois, soldados do exército desalojaram os manifestantes e a transmissão foi retomada.

    Imran Khan, à frente do Paquistão Tehreek-e-Insaf (PTI) e um dos líderes do protesto contra o primeiro-ministro, negou que seus seguidores tenham participado do ataque à televisão.

    VIOLÊNCIA

    As manifestações se transformaram em um confrontos violentos no sábado, com pelo menos três pessoas mortas em choques com a polícia.

    A violência foi retomada esta manhã no país asiático com uma passeata dos manifestantes à residência oficial de Sharif.

    Os manifestantes derrubaram a cerca que protege o Secretariado do Paquistão, residência oficial e escritório do líder paquistanês, mesmo a polícia tendo usado gás lacrimogêneo e balas de borracha.

    Zohra Bensemra/Reuters
    Manifestantes anti-governo e polícia se enfrentam em Islamabad
    Manifestantes anti-governo e polícia se enfrentam em Islamabad

    Liderados por Khan e pelo clérigo Tahirul Qadri, milhares de pessoas acamparam em Islamabad nas duas últimas semanas para pedir a renúncia de Sharif por corrupção e fraude eleitoral.

    O chefe do exército paquistanês, general Rahil Sharif, teve uma reunião com altos cargos militares após os enfrentamentos, no qual eles declararam apoio à democracia e expressaram preocupação pela situação.

    Apesar disso, na nota de imprensa advertiram que o Exército está "comprometido a cumprir seu papel em garantir a segurança do Estado".

    Sharif, deposto em um golpe de Estado dos militares em 1999, tem uma difícil relação com os militares desde sua eleição por ter tentado se aproximar da Índia e o julgamento por traição ao ex-ditador militar Pervez Musharraf.

    A ofensiva no Waziristão do Norte contra os insurgentes que começou em junho e que Sharif atrasou em favor do diálogo também foi uma fonte de tensão.

    Analistas e observadores consideram que, mesmo que Sharif supere a crise, ficará enfraquecido pelo resto de seu mandato e que o exército tomará o controle da segurança e da política externa.

    EUA

    Os Estados Unidos pediram moderação às partes da crise política do Afeganistão, dizendo que os manifestantes têm o direito de protestar pacificamente, mas condenando a violência e a destruição de propriedade.

    "Temos acompanhado as manifestações em Islamabad. Continuamos a pedir a todas as partes que se abstenham da violência, tenham moderação, e respeitem o Estado de Direito", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

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