• Mundo

    Monday, 06-May-2024 16:05:06 -03

    Governo britânico poderá tomar passaporte de radicais islâmicos

    LEANDRO COLON
    DE LONDRES

    01/09/2014 12h16

    Reino Unido e Alemanha reforçaram nesta segunda (1º) a reação de países ocidentais à facção radical Estado Islâmico (EI), vista como cada vez mais ameaçadora.

    O primeiro-ministro, David Cameron, informou, em pronunciamento no Parlamento, que a ideia é dar à polícia poderes específicos para barrar a entrada e a saída e confiscar passaportes de suspeitos, mesmo que tenham cidadania britânica.

    "Passaporte não é um direito automático", afirmou Cameron.

    O passaporte britânico é estratégico para que os membros do EI circulem no Reino Unido e União Europeia.

    Na Alemanha, o governo decidiu enviar armas a grupos da etnia curda no norte do Iraque para ajudá-los a combater a milícia. Antes, a Holanda já havia facilitado a retenção de passaportes de cidadãos suspeitos de lutar com os jihadistas.

    Editoria de Arte/Folhapress

    No Reino Unido, o principal foco das medidas são os cidadãos que foram para Síria e Iraque atuar pelo EI e que podem tentar voltar para casa e promover ataques.

    Cameron disse que será reforçada a investigação sobre os suspeitos que vivem no território britânico. Além disso, as empresas aéreas terão que fornecer com antecedência e rapidez a lista de passageiros em voos sob suspeita.

    "Aderir aos valores britânicos não é uma opção. É um dever de todos que vivem aqui", disse Cameron.

    Os aliados do Partido Liberal-Democrata e a oposição trabalhista demonstraram apoio às medidas, mas criticaram a falta de detalhes.

    Fiel aliado dos EUA, o Reino Unido tem sido pressionado a reagir ao movimento de britânicos para se juntar à jihad (guerra sagrada). Estima-se que pelo menos 500 já deixaram o país para integrar a facção na Síria e no Iraque.

    A pressão cresceu após a divulgação do vídeo em que um extremista com sotaque britânico decapita o jornalista americano James Foley.

    MERKEL

    Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel defendeu a decisão do seu governo, anunciada no domingo, de enviar armas aos curdos no Iraque –a primeira remessa seria de 30 mísseis antitanque e milhares de fuzis.

    "Quando terroristas tomam o controle de um vasto território para usá-lo como base de seus atos de terror, o perigo cresce para nós", disse Merkel, que ressaltou que a área sob controle da facção equivale a metade do território da Alemanha.

    Nesta segunda, a Organização das Nações Unidas aprovou uma investigação sobre os crimes contra civis cometidos pelo EI.

    Segundo o órgão, desde junho 5.557 pessoas morreram vítimas do conflito armado no Iraque.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024