O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça (2) diversas mudanças em seu gabinete ministerial. As trocas fazem parte do "Sacudón" (sacudida, em tradução livre), pacote de medidas para recuperar a economia do país.

A chancelaria venezuelana passará a Rafael Ramírez, que chefiava o Ministério de Petróleo e Mineração e presidia a estatal petroleira PDVSA. Durante mais de 12 anos, ele esteve à frente do setor que abastece 96% da economia da Venezuela.

Ramírez, que foi homem de confiança do ex-presidente Hugo Chávez, também deixou a vice-presidência de Economia e Finanças.

O Ministério do Petróleo será assumido por Asdrubal Chávez, sobrinho de Hugo Chávez e ex-vice-presidente da estatal petroleira PDVSA.

Já Elias Jaua Milano deixa o cargo de ministro das Relações Exteriores para assumir o Ministério das Comunas e Movimentos Sociais.

Em um longo discurso transmitido por televisão e rádio, o presidente Maduro anunciou ainda mudanças em ao menos outros 12 ministérios.

Durante seu discurso, Maduro defendeu "revoluções" em cinco campos: economia, conhecimento, "missões socialistas", política do Estado e "socialismo territorial".

"Tem que ser iniciada uma nova etapa da revolução bolivariana, de renovação, de refrescamento das energias, das políticas e dos métodos para tomar decisões", disse Maduro. "O capitalismo afundou nossa pátria em miséria", afirmou ele.

Também anunciou a abertura de novos conselhos de consulta popular, entre setembro e outubro.

Ele disse que, com as reformas, será definida uma nova estrutura de governo para levar o país a ser uma "Venezuela potência".

"Chamo toda a Venezuela para que assumamos com força essa nova etapa da revolução", disse Maduro. "Temos que levar adiante todas as tarefas do governo revolucionário para consolidar esses anos que estão por vir".