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    Surto de dengue se espalha pelo Japão e preocupa autoridades

    DA EFE

    06/09/2014 11h32

    Autoridades japonesas trabalham para controlar o surto de dengue no país após ser confirmado neste sábado (6) que a doença se propagou para fora do parque Yoyogi, em Tóquio, onde foram encontrados mosquitos portadores do vírus. Desde 1945 o país não enfrente uma epidemia da doença.

    O Ministério da Saúde convocou uma reunião de emergência para abordar a situação logo após ser revelado que duas pessoas infectadas não tinham saído recentemente do país nem visitado o parque Yoyogi, origem do surto, informou a emissora estatal "NHK". Até o momento, foram registrados 70 casos da doença.

    Todas as outras pessoas contaminadas tinham visitado o parque Yoyogi ou seus arredores no mês passado. Por isso, autoridades acreditavam que poderiam conter novos contágios com medidas como o fechamento do local e a fumigação de zonas úmidas, onde se reproduzem os mosquitos tigre (Aedes albopictus), que transmitem o vírus da dengue.

    Os casos mais recentes, no entanto, foram registrados em dois homens que foram picados no parque Shinjuku Chuo, a dois quilômetros de Yoyogi e em outra área da cidade, o que demonstra que o vírus se propagou devido ao deslocamento dos mosquitos, segundo um porta-voz do Ministério da Saúde.

    Yoshikazu Tsuno/AFP
    Funcionários desinfectam parque Yoyogi, em Tóquio, onde foram encontrados mosquitos infectados com o vírus
    Funcionários desinfectam parque Yoyogi, em Tóquio, onde foram encontrados mosquitos infectados

    Embora as autoridades tenham pedido calma desde o anúncio dos primeiros casos, no fim de agosto, e afirmado que não havia perigo de uma epidemia, a preocupação vem aumentando conforme são registrados novos casos.

    Por enquanto, as autoridades de Tóquio mantém fechada a maior parte do parque Yoyogi, um dos mais movimentados da cidade, situado no distrito de Shibuya e próximo a zonas turísticas como o santuário Meiji e os bairros comerciais de Omotesando e Harajuku.

    Além disso, foram instalados placas de advertência em Yoyogi e Shinjuku Chuo, nas quais se recomenda aos transeuntes que utilizem roupas que cubram braços e pernas para se proteger das picadas de mosquitos. Lagos e canais de ambas as localidades continuam sendo dedetizados.

    A venda de inseticidas, repelentes de insetos, redes e outros produtos anti-mosquitos disparou em Tóquio, de acordo com a "NHK".

    Algumas das 70 pessoas contaminadas tiveram que ser hospitalizados devido as fortes febres, intensas dores de cabeça e outros sintomas. De acordo com o porta-voz do Ministério da Saúde, todos eles evoluem favoravelmente.

    O governo pede para que todas as pessoas com febre ou mal-estar se dirijam a um hospital para atestar se estão com dengue. Autoridades reiteraram que o quadro da doença só atinge um nível crítico entre 1% e 5% dos casos.

    No Japão, são registrados a cada ano 200 casos de cidadãos infectados com o vírus da dengue em viagens ao exterior. Nos últimos 70 anos, não havia sido detectado nenhum contágio doméstico.

    O primeiro caso desde então foi registrado em 27 de agosto e atingiu uma adolescente.

    O vírus do dengue é transmitido pelo mosquito da febre amarela (Aedes aegypti) e o mosquito tigre (Aedes albopictus), que é muito comum no Japão.

    A cada ano são registrados entre 50 e 100 milhões de casos de contágio em todo o mundo e 25 mil mortes provocadas pela doença, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

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