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    Parlamento aprova novo governo do Iraque

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    09/09/2014 09h30

    O Parlamento iraquiano aprovou nesta segunda-feira (8) um novo governo, dirigido por Haider al-Abadi, que substituiu o então primeiro-ministro Nuri al-Maliki.

    Maliki, que em um primeiro momento resistiu em deixar o comando do governo depois que sua coalizão venceu as últimas eleições legislativas, finalmente deu passagem para Abadi, que foi escolhido no dia 11 de agosto pelo novo presidente do país, Fuad Massum.

    O momento é crucial para o país, que enfrenta uma ofensiva de radicais sunitas da facção Estado Islâmico (EI).

    Saiba Mais: O que é o Estado Islâmico?

    A expectativa é que o novo governo consiga superar as divisões internas do país, agravadas na gestão Maliki, e tenha sucesso no combate ao EI.

    O ex-premiê xiita é acusado de alienar os sunitas do país, que poderiam, portanto, apoiar os radicais do EI.

    Abadi também se comprometeu a resolver as divergências entre o governo central e a região autônoma do Curdistão, no norte do país.

    O Parlamento ratificou o nome da maioria dos ministros, mas deixou vagas, de maneira provisória, as pastas de Defesa e Interior.

    Abadi pediu um prazo de uma semana para preencher os dois ministérios. Até lá, ele assume interinamente os dois cargos.

    Maliki foi escolhido pelos deputados como um dos vice-presidentes. Os outros dois são o ex-presidente da Câmara, o sunita Osama al Nuyaifi, e o ex-primeiro-ministro xiita Iyad Allawi.

    O primeiro chefe de governo após a invasão americana em 2003, o xiita Ibrahim al Jaafari, foi designado para o Ministério das Relações Exteriores. Adel Abdel Mahdi, do grupo do clérigo xiita Amar al Hakim, ocupará a pasta do Petróleo.

    Antes da votação sobre os titulares dos ministérios, 177 dos 289 legisladores que compareceram à sessão se pronunciaram a favor do programa de governo de Abadi.

    O novo chefe de governo afirmou em um discurso anterior que suas prioridades são: ajudar os refugiados iraquianos, acelerar a luta contra o EI e reconstruir as casas danificadas pela violência no país.

    CONTRA O EI

    Na terça-feira (9), o secretário de Estado americano, John Kerry, segue para o Oriente Médio para abordar o avanço da coalizão internacional contra o EI e, na quarta, o presidente Barack Obama anunciará sua estratégia de ação contra o grupo.

    Após um mês de ataques aéreos contra as posições do EI no Iraque, Washington espera formar uma coalizão de mais de 40 países "contra a ameaça imposta pelo grupo", anunciou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jennifer Psaki, nesta segunda.

    Como parte da movimentação de Washington, nesta segunda-feira, o secretário americano da Defesa, Chuck Hagel, reuniu-se em Ancara com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. O país faz fronteira com o Iraque.

    No domingo, os governos dos países árabes já haviam chegado a um acordo para "tomar todas as medidas contra o terrorismo: políticas, de segurança e ideológicas", em referência ao Estado Islâmico, segundo a nota divulgada após uma reunião entre os chanceleres desses países, realizada no Cairo.

    Mohammed Sayed Tantawi, líder religioso da mesquita de Al-Azhar no Egito, uma das mais prestigiosas instituições do islã sunita, classificou os radicais islâmicos de "criminosos que mancham a imagem do islã e dos muçulmanos".

    ATENTADO

    Nesta segunda-feira, pelo menos 18 pessoas morreram, e outras 50 ficaram feridas, em um duplo atentado suicida e em confrontos.

    homens armados lançaram um ataque contra Dhuluiya, 90 km ao norte de Bagdá.

    Fontes consultadas pela AFP disseram que o ataque foi liderado pelo EI. Há semanas, o grupo tenta assumir o controle dessa localidade.

    Nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques, mas esses atentados suicidas têm sido praticados com frequência por extremistas sunitas, incluindo o EI.

    SÍRIA

    O EI também controla partes da Síria, mas a questão sobre uma eventual intervenção estrangeira no país continua em aberto. Por enquanto, os países ocidentais excluem qualquer cooperação com o regime de Bashar al-Assad.

    Nesta segunda, o presidente sírio manteve os ataques iniciados há algumas semanas contra localidades dominadas pela facção no norte e no leste do país.

    Pelo menos 69 civis, entre eles 18 crianças, morreram nos últimos dois dias, vítimas desses ataques aéreos sobre as províncias de Raqqa e de Deir Ezzor, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

    O novo emissário da ONU para o país, Staffan de Mistura, é esperado em Damasco na terça-feira para sua primeira visita à Síria após sua nomeação. Seu antecessor, Lakhdar Brahimi, saiu do posto depois do fracasso nas negociações entre o regime e a oposição.

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