O texano Omar J. Gonzalez, 42, que escalou uma das cercas da Casa Branca e chegou a entrar na residência do presidente americano na noite da última sexta-feira (19) tinha munição e armas em seu carro e havia sido preso em julho com armas semiautomáticas e um mapa com uma marcação sobre o edifício oficial.
Procuradores federais detalharam, durante audiência nesta segunda-feira (22), que havia 800 cartuchos de munição, duas machadinhas e uma machete no carro do invasor, que estava estacionado a algumas quadras da Casa Branca.
O juiz ordenou que o invasor fique detido até 1º de outubro, quando ocorre uma nova audiência.
Gonzalez, que segundo parentes, teria servido no Iraque como atirador de elite- pulou, por volta de 19h20 (20h20 no Brasil) de sexta, a cerca voltada para a Pensilvania Avenue, um dos pontos mais visitados por turistas.
Ele correu aproximadamente 65 metros até o pórtico norte, com uma faca de cerca de 6,5 cm, e conseguiu entrar no edifício, sendo imobilizado por um agente que estava do lado de dentro.
O presidente Barack Obama e suas filhas tinham deixado, havia 10 minutos, a Casa Branca de helicóptero rumo à residência de Camp David.
Nesta segunda, foi revelado ainda que Gonzalez havia sido detido em julho pela polícia estadual da Virgínia quando seu Ford Bronco 1996 foi parado numa estrada interestadual. No carro, havia 11 armas, incluindo quatro pistolas e quatro rifles, alguns equipados com miras e bipés geralmente usados por atiradores de elite. Os policiais encontraram ainda "um mapa de Washington, DC, com alguns escritos e uma linha apontando para a Casa Branca". As armas que estavam no carro em julho foram confiscadas.
A polícia estadual disse ter avisado o Serviço Secreto sobre a detenção de Gonzalez.
Um mês depois, no entanto, o texano foi parado -mas não detido- quando agentes de segurança perceberam que ele estava com uma machadinha em frente à cerca do portão sul da Casa Branca. Na época, os agentes só encontraram equipamento de camping e dois cachorros dentro de seu carro.
Diante das novas revelações, as investigações examinarão não só a resposta à invasão da última sexta-feira, mas também se houve negligência por parte dos agentes que fazem a segurança no incidente de agosto.
No último sábado, a diretora do Serviço Secreto, Julia Pierson, ordenou a revisão dos protocolos de segurança na residência e um reforço de seu efetivo no local.
O Serviço Secreto é orientado a não atirar em invasores, a não ser que eles demonstrem estar armados ou carreguem mochilas ou pacotes que possam conter explosivos. Um cão treinado para atacar invasores nessas situações também não foi solto.
A porta estaria destrancada porque é muito usada durante todo o dia. O hall onde Gonzalez entrou tem uma escada que leva para os quartos de uso da família presidencial.