• Mundo

    Monday, 13-May-2024 01:33:20 -03

    Obama diz que esforço contra ebola não é suficiente e pede mais aos países

    GIULIANA VALLONE
    ISABEL FLECK
    DE NOVA YORK

    25/09/2014 13h14

    O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou nesta quinta-feira (25) que todos os países devem fazer mais para conter a epidemia de ebola, que atinge a Guiné, Libéria, Serra Leoa, Nigéria e Senegal.

    "Se houve na história uma emergência de saúde pública que merecia uma reação internacional coordenada, forte e urgente, é esta", afirmou, em reunião convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, para discutir o problema.

    Para Obama, as ações anunciadas até agora mostram progresso e são encorajadoras. "Mas temos de ser honestos com nós mesmos. Não é suficiente. Ainda há uma lacuna significativa entre o lugar em que estamos e o lugar em que precisamos estar", disse.

    O presidente americano citou o plano de despachar 3.000 homens do Exército dos EUA para a Libéria, onde ajudarão na construção de centros de tratamento e na formação de equipes médicas. A data do envio das tropas ainda não foi divulgada.

    Andrew Burton/AFP
    Presidente dos EUA, Barack Obama, fala sobre o surto do vírus ebola no oeste da África durante reunião na 69ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York
    Presidente dos EUA, Barack Obama, fala sobre o surto do vírus ebola no oeste da África durante reunião na 69ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York

    "A experiência nos mostra que a reação a uma crise dessa magnitude precisa ser forte e sustentada — como uma maratona, mas correndo no ritmo do sprint final. E isso só é possível se todas as nações e organizações fizeram sua parte. E todos têm de fazer mais."

    O presidente dos EUA disse também que a crise atingiu proporções que vão além dos problemas sanitários. "Essa é uma ameaça crescente para a segurança regional e global. Na Libéria, na Guiné e em Serra Leoa, os sistemas de saúde estão perto do colapso. O crescimento econômico está desacelerando drasticamente", afirmou.

    Nesta quinta, a OMS (Organização Mundial de Saúde) anunciou que ao menos 2.917 pessoas morreram de ebola em 6.263 casos registrados nos cinco países da África Ocidental afetados pela doença.

    Além disso, a OMS disse que são necessários mais 1.550 leitos na Libéria. A tendência de propagação do vírus continua alta no país, assim como em Serra Leoa.

    A diretora da organização, Margaret Chan, afirmou no encontro que a crise possivelmente vai piorar antes de melhorar. O vírus "ainda está avançando, passando por cima de tudo que fazemos para pará-lo".

    "Deter o ebola é uma prioridade para os Estados Unidos. Vamos continuar liderando os esforços e fazendo nossa parte. Mas isso também precisa ser uma prioridade para o mundo", disse Obama.

    Ao abrir a sessão, Ban Ki-Moon afirmou que os esforços globais para combater a doença ainda não foram suficientes e criticou os países que tentaram conter a epidemia fechando suas fronteiras e suspendendo viagens aéreas e navais para os países afetados. "Isso só torna as coisas piores, isolar os países quando eles mais precisam de ajuda", afirmou.

    Ele afirmou que equipes médicas e logísticas da ONU estão se preparando para partir para a África no final de semana como parte do esforço da instituição contra o ebola.

    Também nesta quinta, o Banco Mundial anunciou outros US$ 170 milhões em recursos emergenciais para combater o vírus, elevando sua contribuição para US$ 400 milhões. O Canadá também direcionará US$ 30 milhões para a luta contra o ebola.

    PACIENTE CURADO

    O terceiro americano tratado contra o ebola nos EUA está curado, anunciou nesta quinta o hospital de Nebraska onde o obstetra Rick Sacra, 51, estava internado há três semanas. Ele contraiu o vírus na Libéria, onde era voluntário em um hospital.

    Sacra foi tratado com uma droga experimental chamada TKM-Ebola, produzida pela farmacêutica canadense Tekmira, além de receber um soro feito com anticorpos do sangue de Kent Brantly, o primeiro americano infectado e curado com a droga ZMapp.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024