• Mundo

    Tuesday, 07-May-2024 06:16:22 -03

    Manifestantes ampliam bloqueio; Hong Kong pede fim de protestos

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    30/09/2014 08h40

    Dezenas de milhares de manifestantes pró-democracia ampliaram um bloqueio a ruas centrais de Hong Kong nesta terça-feira (30), armazenando suprimentos e erguendo barricadas improvisadas, já que a maioria acredita que a polícia fará nova investida para limpar as vias.

    A tropa de choque lançou gás de pimenta e gás lacrimogêneo contra os manifestantes no fim de semana, mas se retirou na segunda-feira (29) para reduzir a tensão.

    Durante a noite de segunda-feira, cerca de 100 mil pessoas chegaram a estar presentes na manifestação. Os manifestantes passaram a noite dormindo ou mantendo vigília nas ruas de Hong Kong, importante centro financeiro mundial.

    Mundialíssimo: Por que jovens estão nas ruas, em Hong Kong?

    Os participantes do protesto, na maioria estudantes, exigem democracia plena e pedem a renúncia do líder da cidade, Leung Chun-ying.

    A ampliação do movimento também é resultado do trabalho da Occupy Central, a organização pró-democracia mais importante de Hong Kong.

    Leung Chun-ying pediu nesta terça-feira ao movimento pró-democracia Occupy Central o fim das manifestações.

    "Os fundadores do Occupy Central disseram, várias vezes, que se o movimento saísse do controle eles apelariam por seu fim. Peço hoje que respeitem seu compromisso e suspendam imediatamente sua campanha", declarou Leung após os choques registrados na noite de domingo entre manifestantes e a polícia.

    A China declarou apoio ao governo local de Hong Kong nesta terça. "Apoiamos completamente o governo da região autônoma especial de Hong Kong para tratar este problema", declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying.

    "Somos contrários a todas as ações ilegais em Hong Kong", afirmou.

    O Occupy Central estimula todas as pessoas a seguirem nas ruas até quarta-feira (1º), quando serão celebrados os 65 anos da chegada ao poder do Partido Comunista.

    DEMOCRACIA

    Os manifestantes exigem que Pequim suspenda as restrições às eleições em Hong Kong, um território que usufrui de mais liberdades políticas que o restante do país, como a liberdade de expressão e de manifestação.

    Hoje, o chefe do Executivo local é escolhido por um comitê formado por pessoas leais a Pequim. O atual chefe, Leung Chun-ying, foi eleito em 2012 com 689 votos de um total de apenas 1.200 eleitores.

    Em 2007, o Congresso chinês definiu que, na eleição de 2017, o líder de Hong Kong seria escolhido por sufrágio universal – uma pessoa, um voto.

    Em agosto deste ano, porém, Pequim anunciou que, apesar do sufrágio universal, somente os candidatos aprovados por um comitê eleitoral terão seus nomes nas cédulas de votação. Para os ativistas, isso é inaceitável, pois os membros desse comitê serão apontados por Pequim.

    REINO UNIDO

    O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou nesta terça-feira estar "profundamente preocupado" com os protestos em Hong Kong e recordou que a China se comprometeu a preservar a democracia na ex-colônia britânica.

    O Reino Unido devolveu Hong Kong em 1997 sob um acordo que criou o princípio de "um país, dois sistemas", que faria com que a China, um regime comunista, preservasse o sistema capitalista e o modo de vida da ex-colônia.

    "Quando alcançamos um acordo com a China, existiam detalhes sobre a importância de dar à população de Hong Kong um futuro democrático sob o amparo dos dois sistemas", disse o premiê.

    "Assim, efetivamente estou profundamente preocupado com o que está acontecendo e espero que seja resolvido", disse.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024