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    Estado Islâmico toma dois distritos de cidade síria na fronteira com a Turquia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
    DE SÃO PAULO

    08/10/2014 18h47

    Combatentes da milícia radical Estado Islâmico (EI) conseguiram entrar em dois distritos estratégicos da cidade síria de população curda Kobani, nesta quarta (8).

    "Hoje o EI entrou em dois distritos com armas pesadas, incluindo tanques. Civis podem ter morrido porque houve intensos conflitos", disse Asya Abdullah, dirigente do Partido da União Democrática (PYD), principal grupo curdo da Síria combatendo na região.

    A cidade é centro de uma disputa entre forças curdas e o EI há mais de três semanas.

    O avanço do EI acontece apesar de bombardeios realizados na região pela coalizão liderada pelos Estados Unidos. O porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse que só os bombardeios não conseguirão frear a facção.

    "Só ataques aéreos não vão fazer isso. Eles não vão salvar a cidade de Kobani", disse.

    TURQUIA

    A chegada dos militantes a Kobani constitui uma ameaça à Turquia, que já recebeu 180 mil refugiados curdos que escaparam dos avanços do EI.

    No país, curdos protestam contra a falta de ação militar do governo contra o EI. Confrontos entre a polícia e manifestantes deixaram ao menos 21 mortos em diferentes regiões nesta quarta (8).

    O Parlamento da Turquia já autorizou ações militares contra o EI na Síria e no Iraque. No entanto, o presidente Recep Erdogan quer garantias de que os Estados Unidos também usarão a força para derrubar o regime do ditador da Síria, Bashar al-Assad.

    As autoridades turcas não permite que os curdos cruzem a fronteira para se juntarem à luta em Kobani, o que é outro motivo da revolta.

    Há a preocupação de que as manifestações atrapalhem o processo de paz entre o governo e os separatistas curdos, que tenta resolver a insurgência de 30 anos. Até cerca de dois anos atrás, o Exército turco estava em guerra com o Partido Trabalhista Curdo (PPK).

    O primeiro-ministro Ahmet Davutoglu disse que as negociações de paz não podiam ser prejudicadas por "vandalismo". Manifestantes queimaram carros e pneus.

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