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    Governo argentino quer fazer por conta própria a divisão do grupo Clarín

    FELIPE GUTIERREZ
    DE BUENOS AIRES

    09/10/2014 22h48

    O governo argentino negou ao grupo Clarín a possibilidade de fazer seu próprio desmembramento e planejará uma licitação para dividir as empresas que compõem o conglomerado.

    Martín Sabbatella, chefe da agência que regulamenta a mídia, afirmou que a separação das empresas pode começar já em novembro e que ele se reunirá com as equipes de advogados e técnicos para determinar como isso se dará.

    Editoria de arte/Folhapress

    Um dos serviços com maiores receitas, o de TV a cabo Cablevisión, poderá ser vendido em licitação. Sabbatella garantiu que os negócios do Clarín não serão desapropriados e que o governo não apontará os compradores.

    Ele disse ainda que pedirá a outros órgãos do governo que investiguem o grupo Clarín por crimes econômicos.

    Em maio, o grupo apresentou projeto de adequação à Lei de Mídia, pelo qual os negócios seriam separados em seis unidades. As mais importantes eram as duas primeiras, porque concentravam os pontos mais rentáveis das operações de TV a cabo.

    Editoria de arte/Folhapress

    Mas a agência que regulamenta a mídia votou pela reprovação do plano, por considerar que havia manobras para burlar a lei. A principal, segundo Sabbatella, era que haveria propriedades cruzadas entre as duas primeiras unidades: o mesmo escritório de advocacia tinha membros que estavam na diretoria de fundos que detinham parte das ações de cada um dos dois novos grupos.

    Segundo ele, isso seria uma "busca para manter a posição dominante, sem garantir (...) a independência das empresas".

    O Clarín respondeu que ofereceu trocar os membros das diretorias dos fundos que são donos de parte das novas unidades, e que não há propriedade cruzada se eles têm outros negócios entre eles.

    O grupo também afirmou que irá procurar a Justiça para evitar que o governo force seu plano de execução de desmembramento.

    Nesta quinta, Cristina Kirchner transmitiu, em cadeia nacional, uma videoconferência com o presidente russo, Vladimir Putin, para comemorar a inclusão de um canal russo na grade da TV digital argentina. No seu discurso, ela afirmou querer "as notícias sem intermediários".

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