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    Boca de urna dá vitória a Evo Morales na Bolívia

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL A LA PAZ

    12/10/2014 21h18

    Pesquisas de boca de urna confirmavam neste domingo (12) a vitória por larga margem do presidente boliviano, Evo Morales, na eleição em que busca terceiro mandato.

    Segundo números do jornal "El Deber", de Santa Cruz, Morales teria 60% dos votos, contra 21% do segundo colocado, o empresário Samuel Doria Medina.

    Dados do MAS (Movimiento al Socialismo), partido do presidente, dão vitória de Morales por 63%, com 21% para o segundo colocado. Nenhum dado de apuração havia sido divulgado até as 21h.

    O presidente deve também manter, e talvez ampliar, o controle sobre a Assembleia e o Senado.

    A jornada foi qualificada por observadores da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) como "satisfatória", mas ressalvas foram feitas com relação à falta de sinalização e orientação em vários pontos de votação.

    Nos centros urbanos mais populosos, como La Paz, El Alto e Cochabamba, houve longas filas.

    Devido a uma restrição do tribunal eleitoral, o trânsito de carros particulares foi restringido apenas a veículos credenciados. O sistema de transporte público também não funcionou. O objetivo é inibir o transporte de eleitores por candidatos e evitar que a mesma pessoa vote em diferentes locais.

    A Folha presenciou, em El Alto, área metropolitana de La Paz, uma peregrinação de eleitores nas principais vias.

    Camponeses, mulheres indígenas carregando bebês e idosos tentavam proteger-se do sol enquanto caminhavam pelas áridas vias. O comércio informal aproveitou o feriado para vender frutas, sucos, refeições e doces.

    Morales votou pela manhã, na Villa 14 de Septiembre, na região de Chapare, sua localidade de origem. Depois, rumou para La Paz, onde aguardaria o resultado final.

    Medina também votou cedo. Virou piada ao comentar que havia sido vitorioso na contagem de votos no Japão, onde votaram 92 eleitores.

    Morales deve chegar ao seu terceiro mandato apoiado nos bons números econômicos (crescimento médio do PIB nos últimos anos de 6%) e na melhoria das condições de vida dos mais pobres.

    Ganhos obtidos com a nacionalização da produção de gás natural, principal elemento de exportação da Bolívia, facilitaram a expansão de planos de assistência. A pobreza caiu de 38% a 18%.

    A oposição centrou sua campanha na crítica aos pontos fracos do governo: falhas no sistema judicial, aumento dos crimes contra a mulher e gastos em grandes obras de infraestrutura feitos sem licitação.

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