• Mundo

    Sunday, 05-May-2024 06:53:46 -03

    Chefe Executivo de Hong Kong acusa intervenção estrangeira nos protestos

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    20/10/2014 09h42

    O chefe do Executivo de Hong Kong acusou "forças estrangeiras" de envolvimento nas manifestações pró-democracia que paralisam parte da ex-colônia britânica, uma denúncia rebatida de maneira imediatada por seus críticos.

    Leung Chung-ying declarou que "forças estrangeiras" atiçam as chamas do movimento pró-democracia, que desde 28 de setembro levou às ruas dezenas de milhares de manifestantes. Três pontos da cidade permanecem ocupados pelos ativistas.

    "Não vou entrar em detalhes, mas não é um movimento totalmente interno", disse.

    Jeon Heon-Kyun/Efe
    Manifestantes dormem em avenida do bairro de Mong Kok, em Hong Kong
    Manifestantes dormem em avenida do bairro de Mong Kok, em Hong Kong

    A imprensa oficial da China acusa "forças anti-chinesas", como os Estados Unidos, de manipulação dos manifestantes. Pequim advertiu contra qualquer interferência estrangeiras nos protestos de Hong Kong.

    Os líderes do movimento pró-democracia responderam rapidamente as acusações do chefe do Executivo local.

    Eles afirmaram que a motivação do grupo é o desejo de liberdades democráticas e o descontentamento com as desigualdades econômicas crescentes.

    "Meus vínculos com o exterior se limitam a meu telefone de marca sul-coreana, meu computador americano e meu Gundam japonês (uma série de desenhos animados sobre robôs). E com certeza tudo isto é 'Made in China'", ironizou Joshua Wong, um dos líderes estudantis.

    Alex Chow, presidente da Federação de Estudantes de Hong Kong, desafiou Leung a apresentar exemplos concretos de suas acusações.

    Leung, considerado pelo movimento pró-democracia um fantoche de Pequim, afirmou que as manifestações escaparam de qualquer controle e defendeu um "acordo pacífico e sensato do problema".

    O governo propôs uma nova reunião na terça-feira (21) com os estudantes, líderes do movimento. Mas analistas consideram improvável que Pequim faça concessões.

    Os manifestantes querem a renúncia de Leung Chun-ying e a instauração de um verdadeiro sufrágio universal no território autônomo, que passa pela crise mais grave desde sua devolução à China em 1997.

    A China aceitou o princípio de sufrágio universal para a eleição do próximo chefe do Executivo em 2017, mas pretende controlar o processo eleitoral e conservar o direito de veto das candidaturas.

    VIOLÊNCIA

    O fim de semana teve confrontos entre manifestantes e policiais no bairro de Mong Kok.

    Dezenas de pessoas ficaram feridas, incluindo 22 policiais.

    A polícia informou a prisão de quatro pessoas.

    A polícia havia retirado as barricadas no bairro na sexta, mas os manifestantes voltaram a ocupar o local.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024