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    Proibir viagens para combater ebola é irracional, diz chefe da Cruz Vermelha

    DA REUTERS

    22/10/2014 08h23

    O fechamento das fronteiras não vai efetivamente reduzir as infecções por ebola, disse nesta quarta-feira (22) o chefe da Cruz Vermelha, Elhadj As Sy.

    Os países cogitam se a proibição de viagem aos países africanos mais atingidos ajudaria a combater a propagação do vírus.

    O atual surto da febre hemorrágica altamente contagiosa, que se acredita tenha origem em morcegos da floresta, é o pior já registrado, tendo matado mais de 4.500 pessoas, a maioria na Libéria, Guiné e Serra Leoa.

    Os viajantes da região infectaram pessoas nos Estados Unidos, na Espanha e na Nigéria, o que levou alguns líderes, incluindo alguns congressistas norte-americanos, a pedirem a proibição de viagens à África Ocidental.

    Sy que é secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha disse que tais restrições não fariam sentido.

    "Ele [o ebola] cria muito medo e pânico extremo que, por vezes, levam a tipos muito irracionais de comportamentos e medidas, como o fechamento das fronteiras, o cancelamento de vôos, isolamento de países etc", declarou Sy a repórteres em Pequim, onde a Federação, a maior rede humanitária do mundo, está realizando um encontro.

    "Isso não é solução. A única solução é como podemos unir nossos esforços para conter esse tipo de vírus e epidemias em seu epicentro, exatamente onde começaram."

    Sy disse acreditar ser possível conter a doença em quatro a seis meses, se foram implementadas práticas adequadas, mas que um investimento adicional em infraestrutura de saúde na África Ocidental seria necessário para evitar futuros surtos.

    A chefe da Cruz Vermelha se junta líderes mundiais, incluindo o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, ao expressar oposição contra tais restrições de viagem.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS), que até agora não recomendou restrições de viagem ou comerciais nos países da África Ocidental, vem alertando para a possibilidade de 5.000 a 10.000 novos casos de Ebola, no total, a cada semana até dezembro.

    Especialistas em saúde alertam que as restrições excessivas sobre as viagens aéreas podem ter consequências econômicas graves que poderiam desestabilizar a região e, possivelmente, interromper os serviços essenciais humanitários e de saúde.

    CUBA

    Cuba enviou uma segunda leva de profissionais de saúde à África Ocidental para ajudar a combater o vírus ebola, informou nesta quarta-feira a imprensa local.

    Os 83 profissionais de saúde serão divididos entre Libéria (49) e Guiné (34), e vão se juntar a outros 165 médicos e enfermeiros cubanos que trabalham há algumas semanas em Serra Leoa.

    O novo grupo é formado por 35 médicos e 48 enfermeiros, todos com mais de 15 anos de experiência profissional.

    Atualmente, mais de 50.000 profissionais cubanos da área de saúde trabalham em 66 países, incluindo o Brasil, segundo autoridades da ilha.

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