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    'Choro pelas vítimas, e não pelo meu filho', diz mãe de atirador do Canadá

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    23/10/2014 11h54

    A mãe do homem identificado como o atirador de Ottawa disse à Associated Press que chora pelas vítimas do ataque, e não por seu filho.

    "Se estou chorando, é pelas pessoas", disse com a voz embargada. "Não pelo meu filho."

    Em uma curta ligação nesta quinta-feira (23), Susan Bibeau disse não saber o que dizer àqueles que ficaram feridos. "É possível explicar algo assim?", indagou. "Sentimos muito."

    Em um email separado expressando horror e tristeza pelo que aconteceu, Bideau disse que seu filho parecia perdido. Ela relatou que não o via há mais de cinco anos antes de conversarem durante um almoço na semana passada. "Então tenho poucas explicações [sobre o caso] para oferecer", disse.

    Autoridades identificaram o atirador como Michael Zehaf-Bibeau, que acabou morto dentro do Parlamento por Kevin Vickers, chefe de segurança local.

    Nos ataques de quarta (22), o atirador matou Nathan Cirillo, soldado que fazia a guarda do Memorial Nacional de Guerra, antes de invadir o Parlamento, onde ao menos 30 disparos foram ouvidos. Ao menos três pessoas ficaram feridas.

    Com temores de que outro atirador estivesse à solta, o centro da capital canadense foi fechado. Os ataques foram o segundo incidente do tipo em três dias no país: na segunda (20), dois soldados foram atropelados por um homem convertido ao islã em Québec. Um deles morreu.

    Nesta quinta, porém, os investigadores confirmaram que só havia um atirador, mas forneceram poucas informações sobre Zehaf-Bibeau, 32.

    Os ataques, descritos pelo primeiro-ministro Stephen Harper como "terroristas", assustaram os canadenses e aumentaram as preocupações de que o país está sendo alvo de represálias por participar da campanha aérea liderada pelos EUA contra a facção Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

    Segundo duas autoridades dos EUA, as agências norte-americanas receberam a informação de que o homem, nascido como Michael Joseph Hall, converteu-se ao islã. Uma fonte citada pela agência Reuters afirmou que o suspeito foi criado em Québec.

    Autoridades canadenses o consideravam um "viajante de alto risco". Por causa disso, seu passaporte foi confiscado, disseram os jornais "The Globe" e "Mail".

    Segundo o Global News, o nome de Zehaf-Bibeau aparece três vezes nas bases de dados judiciais de Montreal depois de prisões por posse de maconha e da droga PCP (fenilciclidina), em 2004.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Segundo várias fontes ouvidas pela rede de TV CNN, o suspeito tinha "conexões" com jihadistas no Canadá que compartilhavam de uma radical ideologia islamita.

    Por meio de redes sociais, Zehaf-Bibeau tinha relação com Hasibullah Yusufzai, disse uma fonte de contraterrorismo americana. Yusufzai é buscado pelas autoridades canadenses por lutar ao lado de militantes islamitas na Síria, disseram "The Globe" e "Mail".

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