Após pressão da Casa Branca, o governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo, derrubou a exigência de quarentena obrigatória para funcionários da saúde que retornam da África Ocidental.
Para a administração do presidente Barack Obama, a decisão, anunciada em parceria com o governador de Nova Jersey, Chris Christie, poderia desencorajar a ida de profissionais voluntários no combate à epidemia de ebola para os países mais afetados pela doença.
"Comunicamos aos governadores de Nova York, Nova Jersey e de outros Estados que temos preocupações quanto a efeitos indesejáveis que políticas sem embasamento científico podem ter nos esforços de combate [ao surto de] ebola em sua origem, na África ocidental", afirmou a Casa Branca em nota neste domingo (26).
Christie, de Nova Jersey, não havia se posicionado sobre o assunto até o fechamento desta edição. Nova York e o Estado vizinho operam em conjunto os três principais aeroportos da região, o que exigiria, em tese, uma política unificada.
As diretrizes haviam sido anunciadas por Cuomo e Christie na última sexta (24), depois da notícia de que Craig Spencer, o médico diagnosticado com o vírus, havia passeado pela cidade de Nova York nos dias antes de ser internado. Ele estava trabalhando na Guiné até o dia 12 de outubro.
Pela regra, todos os funcionários de saúde vindos dos países afetados na África que entrassem nos EUA nos dois Estados seriam imediatamente colocados em quarentena, ainda que não apresentassem sintomas.
Eles ficariam isolados por 21 dias (tempo máximo de incubação do vírus) para garantir que a doença não se espalhe em território americano.
Os Estados de Illinois e Flórida tomaram medidas similares às adotadas por Nova York e Nova Jersey.
Também neste domingo, a enfermeira Kaci Hickox, a primeira pessoa a entrar em quarentena forçada pela nova diretriz, anunciou planos de ir à Justiça pedir o fim de seu confinamento, que definiu como "inumano".
Ela havia voltado de Serra Leoa, onde estava em missão humanitária.
Mais cedo, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, havia classificado o tratamento dispensado a Hickox como "vergonhoso".
"Essa heroína, voltando da batalha, foi tratada com desrespeito por fazer a coisa certa", disse.