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    Em plebiscito, Uruguai rejeita a redução da maioridade penal

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/10/2014 21h20

    A maioria dos eleitores do Uruguai rejeitou neste domingo (27) a redução da maioridade penal no país de 18 para 16 anos para criminosos que cometem delitos graves.

    Segundo a Corte Eleitoral uruguaia, 46,99% dos eleitores votaram pela mudança, que aconteceu junto com a escolha do sucessor do presidente José Mujica e dos membros do Congresso.

    A proposta só seria aprovada se mais de 50% dos eleitores colocassem na urna a cédula do "sim". Quem optou pelo "não" não colocou nenhuma papeleta na urna.

    Dos 19 departamentos uruguaios, em nove a votação foi favorável à redução. Neles, também houve as votações mais altas do direitista Partido Colorado, principal apoiador da proposta.

    O candidato à Presidência do partido, Pedro Bordaberry, disse que o grupo de campanha pela redução, chamado de Comissão para Viver em Paz, fez um bom trabalho, apesar da derrota.

    Para ele, a diferença pequena entre os favoráveis e os contrários é uma mensagem de que boa parte da população "exige mudanças profundas" no manejo da segurança pública. "Essa voz deve ser ouvida porque demanda ao Estado que nos proteja e nos permita viver em paz".

    O senador, que é filho do ex-ditador Juan María Bordaberry, ficou em terceiro lugar no pleito presidencial e voltará ao Senado, para onde foi reeleito (no país, candidatos podem disputar mais de um cargo simultaneamente).

    Se a mudança fosse aprovada, adolescentes entre 16 e 18 anos que cometessem homicídio, lesão corporal grave, sequestro, estupro, roubo, roubo com cárcere privado e extorsão seriam condenados como adultos.

    O país tem uma taxa de homicídios de 7,9 casos para cada 100 mil habitantes, mais de duas vezes menor que a taxa brasileira, de 25,2. Por outro lado, o índice de sequestros é de 0,6/100 mil, o triplo do registrado no Brasil.

    FESTA

    Enquanto os colorados lamentavam a derrota, militantes da esquerdista Frente Ampla, do presidente José Mujica, comemoraram a rejeição à redução com festa na capital, Montevidéu. Uma das dirigentes da campanha do "não", Fabiana Goyeneche, disse que venceram a informação e a reflexão de que a proposta não era a melhor alternativa.

    "Quando as pessoas começaram a ver que até os defensores [da redução] tiveram que admitir que não era uma solução para a segurança, aí começaram a refletir."

    Para ela, a redução seria um retrocesso. "Isso é um sinal de que não vamos aceitar propostas simplistas. Não significa que não queiramos melhoras e que não se trate com o que preocupa o Uruguai, o que inclui a segurança".

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