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    Após morte de presidente, Zâmbia volta a ter chefe de Estado branco

    DA EFE, EM NAIRÓBI

    29/10/2014 07h53

    Guy Scott foi nomeado chefe de Estado interino da Zâmbia após a morte do presidente, Michael Sata, 77, que estava em Londres, onde recebia tratamento médico há uma semana. Scott era seu vice.

    Scott será o primeiro líder branco na África desde o presidente sul-africano Frederik Willem de Klerk, que deixou o poder em 1994.

    Sata morreu na terça à noite, por volta das 21h locais (19h de Brasília), ao lado de sua mulher e família na capital britânica, informou hoje o porta-voz do governo da Zâmbia, Roland Msiska, em declarações divulgadas pelo "Zambia Daily Mail".

    Scott deve permanecer na Presidência até a realização de novas eleições, que devem ocorrer em até 60 dias.

    Colonizada por ingleses, a Zâmbia, conhecida como Rodésia do Norte entre 1911 e 1964, ainda tem 1% da sua população composta por brancos.

    Sata foi o quinto chefe de Estado desde a independência do país, que completou 50 anos na semana passada, em festejos que não contaram com a presença do presidente, que já estava em Londres.

    O governante deixou o país dois dias antes das comemorações na ex-colônia britânica, no último dia 24, e também não compareceu à Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova York.

    Noor Khamis/Reuters
    Presidente da Zâmbia, Michael Sata, durante reunião de cúpula da União Africana, em Adis Abeba, em 2012
    Presidente da Zâmbia, Michael Sata, durante reunião de cúpula da União Africana, em Adis Abeba, em 2012

    Desde que saiu da Zâmbia, o ministro da Defesa e Justiça, Edgar Lungu, assumiu como presidente interino.

    A saúde do presidente gerou muita especulação na imprensa do país, assim como declarações contraditórias de seu partido, o Frente Patriótica (FP), durante vários meses.

    'REI COBRA'

    Sata, que era chamado de "Rei Cobra" por sua agressividade verbal, chegou ao poder em setembro de 2011, após desbancar Rupiah Banda da presidência da Zâmbia, que buscava a reeleição para um mandato de cinco anos.

    Nascido em 1937 em Mpika, que era então parte da colônia britânica da Rodésia do Norte, Sata foi policial, ferroviário e sindicalista antes de entrar na política em 1963, um ano antes da independência da Zâmbia.

    Após uma longa carreira política, o "Rei Cobra" foi candidato nas eleições de 2006, onde se apresentou como defensor dos pobres, e concorreu com Levy Mwanawasa, que o venceu naquela ocasião, mas que acabaria morrendo em agosto de 2008 por um derrame cerebral.

    O próprio Sata sofreu um ataque cardíaco em abril daquele ano, o que não o impediu de se candidatar às eleições de outubro de 2008, que terminou com a vitória de Rupiah Banda, por dois pontos percentuais de diferença.

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