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    Premiê de Israel responde a ofensa de autoridade americana

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    29/10/2014 20h33

    O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, reagiu nesta quarta-feira (29) a críticas de uma autoridade do governo americano, dizendo que continuará a defender seu país, apesar dos ataques que sofre.

    Em entrevista à revista "The Atlantic", o americano, que não foi identificado, disse que Netanyahu é "um bosta" (em inglês chickenshit, literalmente cocô de galinha).

    "Sobre o Bibi, ele é um bosta", disse, usando o apelido do premiê. "Ele está interessado em proteger-se de uma derrota política [...] Ele não tem coragem".

    Gali Tibbon/AFP
    Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, depois de discurso no Parlamento, em Jerusalém
    Premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, depois de discurso no Parlamento, em Jerusalém

    A declaração é mais um episódio de discordância entre os aliados EUA e Israel, depois que a Casa Branca criticou, neste mês, planos de expansão de assentamentos judeus em Jerusalém Oriental.

    "O bom do Netanyahu é que ele tem medo de declarar guerras. O ruim é que ele não vai fazer nada para alcançar um acordo com palestinos ou os Estados árabes sunitas", disse o oficial.

    Sobre os assentamentos, Netanyahu disse que não fará "concessões que coloquem o Estado em perigo".

    Embora não costume responder a comentários de autoridades não identificadas, Netanyahu contestou diretamente a crítica em uma cerimônia no Parlamento israelense.

    "Nossos interesses supremos, principalmente a segurança e a unidade de Jerusalém, não são a principal preocupação de autoridades anônimas que atacam a nós e a mim pessoalmente só porque defendo o Estado de Israel", disse.

    O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Alistair Baskey, disse que o comentário não reflete a visão do governo do presidente americano Barack Obama sobre o líder israelense.

    "Pensamos que esses comentários são inapropriados e contraprodutivos", disse Baskey.

    Editoria de Arte/Folhapress

    CRISE

    Os Estados Unidos têm criticado fortemente a decisão de Israel de incentivar a construção de mais de mil unidades habitacionais em bairros de colonização israelense em Jerusalém Oriental.

    Além das novas casas em Har Homa e Ramat Shlomo, há ainda um plano para construção de 2.610 habitações na Cisjordânia, que foi condenado pelos EUA no mesmo dia em que Netanyahu e Obama se encontraram em Washington, em 1° outubro.

    "Nós deixamos clara a visão dos EUA de que os assentamentos são ilegítimos e complicam os esforços para alcançar uma solução de dois Estados", disse Baskey.

    Apesar dessas diferenças, a relação entre os países aliados continua "forte como sempre", disse o porta-voz.

    Os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental a capital do Estado que pretendem criar. A comunidade internacional considera ilegal a anexação e a ocupação de Jerusalém Oriental por Israel.

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