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    Acesso à Esplanada das Mesquitas é reaberto em Jerusalém

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    31/10/2014 06h35

    A Esplanada das Mesquitas reabriu em Jerusalém nesta sexta-feira (31), principal dia de oração da semana para os muçulmanos, depois de ser fechada na quinta (30) depois de conflitos constantes em Jerusalém Oriental, anexada e ocupada por Israel.

    A cidade amanheceu calma após uma noite de incidentes esporádicos entre jovens palestinos, colonos judeus e efetivos da polícia nos bairros do leste da capital, como Suafat, Beit Hanina e Abu Tor.

    Também houve enfrentamentos em uma das ruas que levam à Esplanada das Mesquitas, dentro do bairro árabe da Cidade Velha, onde um palestino foi detido e outro ficou levemente ferido.

    Nesta sexta, Israel decidiu reabrir a Esplanada das Mesquitas, mantendo, contudo, uma proibição de acesso a homens com menos de 50 anos, informou uma porta-voz da polícia israelense, Luba Samri.

    A polícia de Israel frequentemente limita o acesso a muçulmanos maiores de 40 ou 50 anos quando teme possíveis confrontos no local.

    A tensão aumentou na quinta depois da tentativa de assassinato do rabino Yehuda Glick, um importante ativista da direita judeu, que luta para mudar o status da Esplanada e reabri-la para as orações judaicas.

    Apesar do local ser sagrado para o judaísmo e o islamismo, o governo não permite orações de judeus no local para evitar conflitos.

    Glick, que está internado em estado grave, foi baleado em Jerusalém Ocidental por um ex-condenado palestino que, horas depois, foi morto a tiros pela polícia israelense no bairro de Abu Tor.

    Os partido palestino Fatah e os radicais do Hamas convocaram um protesto em Jerusalém contra o fechamento do local.

    As tensões em Jerusalém Oriental já vinham aumentando, principalmente depois da guerra em Gaza e do anúncio de mais assentamentos israelenses na região, que os palestinos querem transformar na capital de seu Estado.

    LOCAL SAGRADO

    A Esplanada das Mesquitas, chamada de Monte do Templo pelos judeus, que abriga a mesquita de Al Aqsa, é o terceiro lugar mais sagrado do islã.

    Também é um local sagrado do judaísmo, por ter abrigado o Segundo Templo, destruído pelos romanos.

    De acordo com as regras que regem o acesso a Al Aqsa, que é administrado pelas autoridades religiosas da Jordânia, os judeus são autorizados a entrar no complexo, mas não podem rezar ali.

    Nos últimos anos, tem havido um esforço por ativistas judeus de extrema-direita para permissão de reza no local, uma campanha que tem aumentado as tensões com a comunidade muçulmana.

    Moradores disseram que foi a primeira vez que a Esplanada das Mesquitas foi fechada para todos os visitantes –muçulmanos, judeus e turistas– desde 2000, quando começou a segunda Intifada. Mas as autoridades religiosas da Jordânia dizem que é o primeiro fechamento desde 1967.

    Editoria de arte/Folhapress

    REAÇÃO

    O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, considerou o fechamento uma "declaração de guerra", assim como os recentes atos israelenses em Jerusalém Oriental.

    A Jordânia acusou Israel de "terrorismo de Estado". Já a Al-Azhar, uma das mais prestigiadas autoridades do Islã sunita, denunciou como "um ato hostil e bárbaro".

    A Al-Azhar acusou Israel de querer "tomar o controle da mesquita de Al-Aqsa" e fez um apelo "ao mundo muçulmano e à comunidade internacional para que impeçam este ato bárbaro que exacerba o conflito religioso e causa instabilidade na região".

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