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    Argentina envia Guarda Nacional para província afetada por motim policial

    DE SÃO PAULO

    31/10/2014 17h01

    O governo argentino enviou nesta sexta-feira (31) soldados da Guarda Nacional e da Guarda Costeira para patrulhar parte da província de Santa Cruz, no extremo sul do país, que há 24 horas passa por um motim da polícia local.

    Segundo o governo local, mais de 350 dos cerca de 4.000 policiais provinciais não saíram às ruas. A situação mais grave ocorre em Caleta Olivia, no norte da província, onde a Guarda Costeira patrulha a cidade deste a tarde de quinta (30).

    Na tarde desta sexta, chegou o primeiro grupo da Guarda Nacional que reforçará a segurança. Em comunicado, a prefeitura da cidade pediu a moradores e comerciantes que fiquem atentos à possibilidade de saques e outros crimes.

    O governador de Santa Cruz, Daniel Peralta, disse que processará os policiais amotinados por sedição e aplicará multas diárias de até 1.200 pesos (R$ 330, pelo câmbio oficial) para quem desrespeitar a ordem.

    Os agentes pedem aumento de salário e mudança no cálculo de referência para rendimentos maiores que o piso de 12.600 pesos (R$ 3.500). Para o governo provincial, porém, o amotinamento foi feito devido a disputa entre os próprios policiais.

    A situação em Santa Cruz, província onde nasceu o ex-presidente Néstor Kirchner, marido da atual mandatária, Cristina Fernández de Kirchner, já causa preocupação ao governo central.

    O chefe de gabinete, Jorge Capitanich, chamou os policiais amotinados de "deliquentes" e que o protesto é "uma estratégia golpista, de afronta às instituições e à democracia".

    "O aquartelamento é um delito e tem que ser sumariamente castigado. Eles cometem delito de sedição, que requer repúdio e condenação porque quem usa uma arma deve dar segurança aos cidadãos".

    O temor é que os motins se repitam em outras províncias, assim como ocorrido em dezembro de 2013, que levou a uma onda de violência em Córdoba e Santa Fé. Segundo o jornal "La Nación", há mobilização para novos motins nas duas províncias, além de Tucumán, Río Negro, Chaco e Jujuy.

    Para Capitanich, informar os possíveis motins é "uma apologia sistemática ao crime". "Há uma usina articulada de rumores armada por grupos opositores. Informar sobre delitos que podem vir é uma estratégia para propagar esses episódios".

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