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    Atual líder de Donetsk vence eleição de rebeldes ucranianos

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    03/11/2014 09h35

    O atual primeiro-ministro de Donetsk, o separatista pró-Rússia Alexander Zakharchenko, venceu com facilidade a eleição para a liderança no leste da Ucrânia, anunciaram os organizadores da votação nesta segunda-feira (3).

    "A comissão central eleitoral considera Alexander Zakharchenko eleito chefe da República Popular de Donetsk", disse Roman Lyagin, do órgão eleitoral, em Donetsk, principal cidade dominada pelos separatistas do leste da Ucrânia.

    Zakharchenko, 38, um mineiro eletricista que virou líder rebelde, recebeu 765.340 votos, segundo Roman Lyagin, do órgão eleitoral. O número representa 79% dos votos.

    Zakharchenko assumiu o cargo em agosto, após a renúncia de Alexander Borodai.

    Em Lugansk, outro centro separatista, o líder dos rebeldes, Igor Plotnitsky, também venceu com larga vantagem.

    A República Popular de Donetsk e a República Popular deLugansk não são reconhecidas pela Ucrânia e seus aliados, como os Estados Unidos e a União Europeia.

    A eleição de domingo, que foi denunciada pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, como uma "farsa (conduzida) sob a mira de tanques e metralhadoras", agravou a disputa entre a Rússia e o Ocidente sobre o futuro da Ucrânia.

    Poroshenko diz que a eleição separatista viola um acordo entre a Ucrânia, os rebeldes e a Rússia, assinado em 5 de setembro, que determina o cessar-fogo na região e passos para alcançar a paz.

    Os Estados Unidos e a União Europeia também disseram que o pleito contraria o acordo assinado em Minsk.

    Moscou, porém, reconheceu as eleições. A Rússia é acusada de apoiar a insurgência no leste, fornecendo armas e tropas aos separatistas.

    Apesar do cessar-fogo, ainda há confrontos entre ucranianos e separatistas ao redor do aeroporto de Donetsk. O conflito, iniciado em abril, já deixou mais de 4.000 mortos.

    Houve fogo de artilharia na direção do aeroporto após o encerramento da votação na noite de domingo, mas esta segunda foi tranquila na cidade.

    CRISE

    A votação aprofunda a crise geopolítica que começou com a derrubada do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, aliado da Rússia, em fevereiro, após massivos protestos em Kiev.

    Em março, a Rússia anexou a península da Crimeia, alegando que precisava proteger os cidadãos de origem russa, majoritários na Crimeia, após a revolta pró-Ocidente e nacionalista que aconteceu em Kiev no fim de fevereiro.

    Poroshenko, mais alinhado com a UE e os EUA, foi eleito em maio.

    Sobre o leste ucraniano, o governo de Moscou afirma que apenas proporciona aos rebeldes apoio humanitário e político, já que a região leste, assim como a Crimeia, tem uma maioria étnica russa.

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