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    Rússia diz que construirá oito centrais nucleares no Irã

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    11/11/2014 16h36

    A Rússia anunciou nesta terça (11) planos para construir novos reatores nucleares no Irã.

    Segundo informou a agência de notícias russa Ria-Novosti, o país poderá construir até oito novos reatores para o "uso pacífico da energia atômica" no Irã.

    Em reunião em Moscou na terça-feira, autoridades iranianas e russas disseram que negociaram os termos para a construção de quatro novos reatores na instalação de Bushehr e de quatro outros em diferentes locais.

    Os reatores serão construídos pela empresa estatal de energia nuclear russa, Rosatom.

    O anúncio foi feito menos de duas semanas antes do fim do prazo para as negociações do Irã com as potências ocidentais sobre suas atividades nucleares.

    Negociadores iranianos e homólogos do grupo P5 + 1 (os os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha) devem se reunir na próxima semana, em Viena (Áustria), para iniciar a fase final das negociações que visam acabar com as sanções internacionais contra o Irã em troca de limites permanentes para suas atividades de enriquecimento de urânio.

    E o anúncio veio também um dia após um novo aviso de Israel de que o regime iraniano não é confiável e de uma promessa de Washington de que o Irã não irá se tornar um Estado com armas nucleares.

    A Rússia informou que o acordo com o Irã inclui um plano para que o combustível nuclear usado seja devolvido à Rússia para reprocessamento e armazenamento.

    Tanto o Irã como a Rússia estão sob sanções por parte do Ocidente.

    O anúncio desta terça sugere que Moscou queira demonstrar que não tem planos para abrandar a sua cooperação nuclear com o Irã

    Na segunda-feira, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, manifestou-se contra as novas declarações do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que disse que Israel deveria ser "aniquilado."

    "Não há moderação no Irã. Ele não se arrepende, não muda, convoca a destruição de Israel, promove o terrorismo internacional", disse Netanyahu em um comunicado.

    "Este regime terrorista do Irã não deve ser autorizado a se tornar uma potência no limiar do poder nuclear", disse o primeiro-ministro. "E eu peço ao grupo P5 + 1 para não apressar um acordo que permitiria que o Irã corresse para a bomba."

    SEM ACORDO

    Na segunda (10), as negociações sobre o programa nuclear iraniano entre Teerã e as grandes potências terminaram sem avanços em Omã.

    Um dos principais negociadores do Irã, o vice-ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, mostrou-se porém otimista com a possibilidade de chegar a um acordo.

    "Ainda não podemos falar de avanços nas negociações, mas somos otimistas quanto a alcançar um acordo antes da data-limite de 24 de novembro", declarou ao término dos dois dias de negociações entre os chanceleres iraniano e americano, sob supervisão da União Europeia.

    Araghchi classificou como "sérias, reais e complexas" as discussões entre o secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif.

    A reunião bilateral aconteceu a portas fechadas.

    As negociações se concentraram em dois pontos: de um lado, a envergadura do futuro programa de enriquecimento de urânio do Irã, assim como o destino do reator de água pesada de Arak e o sítio de enriquecimento de Fordo, e, de outro, o calendário para a suspensão das sanções internacionais contra o Irã.

    "Nós não chegamos a encontrar uma solução definitiva sobre esses pontos" e "há propostas e ideias sobre os quais as duas partes têm preocupações e objeções", admitiu Araghchi.

    As negociações continuaram nesta terça-feira, em Mascate, em uma reunião entre autoridades de alto escalão do Irã e do grupo P5+1.

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