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    Manifestantes atacam assembleia em ato contra desaparecimento no México

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    12/11/2014 20h57

    Cerca de 800 estudantes e professores invadiram nesta quarta-feira (12) o terreno do Congresso do Estado de Guerrero, em Chilpancingo, no México, em protesto contra o desaparecimento de 43 alunos da escola normal rural de Ayotzinapa.

    Na ação, os manifestantes queimaram cinco carros estacionados ao lado do prédio. As chamas do incêndio invadiram uma sala e parte do plenário, que tiveram móveis e uma janela queimados. O fogo foi apagado pelos funcionários da assembleia.

    Pedro Pardo/AFP
    Funcionários tentam apagar o fogo no plenário do Congresso de Guerrero, no México, após protesto
    Funcionários tentam apagar o fogo no plenário do Congresso de Guerrero, no México, após protesto

    O incêndio ocorreu durante mais um ato na cidade convocado pela Coordenação Nacional de Trabalhadores da Educação em Guerrero (Ceteg), entidade que organiza atos desde o desaparecimento dos estudantes, em 26 de setembro.

    Esta é a terceira vez que o Legislativo estadual é atingido por manifestantes. Além dos carros, uma biblioteca e um tribunal de arbitragem foram incendiados. Eles também passaram pelos prédios da Controladoria e da Secretaria de Educação.

    A mobilização acontecia enquanto estudantes de Ayotzinapa bloqueavam a estrada entre Chilpancingo e Tlapa, perto da escola normal rural, e normalistas do Estado vizinho de Oaxaca tomaram o pedágio que dá acesso à cidade homônima.

    Os estudantes também bloquearam a saída dos ônibus urbanos da cidade. Em Morelia, capital de Michoacán, manifestantes controlam o acesso ao aeroporto da cidade, permitindo o acesso dos passageiros com intervalos de 25 a 30 minutos.

    Os protestos ainda foram feitos por mexicanos que foram ao amistoso internacional contra a Holanda em Amsterdã.

    O CASO

    Os 43 estudantes da escola normal rural de Ayotzinapa desapareceram em uma emboscada feita por policiais e traficantes na saída da cidade de Iguala, após fazerem uma atividade de arrecadação de fundos em 26 de setembro.

    Os agentes e os criminosos alvejaram os dois ônibus onde estavam os estudantes. Na ação, seis pessoas morreram e outras 25 ficaram feridas. Minutos depois, os 43 alunos sumiram.

    A Promotoria acredita que o ataque foi encomendado pelo então prefeito de Iguala, José Luis Abarca, que teria chamado membros do cartel Guerreros Unidos para se unir à polícia e evitar que os estudantes chegassem a um evento em que lançaria sua mulher, María de los Ángeles, a sua sucessão.

    Nesta quarta, a Justiça negou um habeas corpus para a primeira-dama da cidade, que está em prisão preventiva há 40 dias. Ela e o marido foram presos no último dia 4, após ficarem foragidos por mais de um mês.

    Já a Procuradoria-Geral enviou para a Áustria restos mortais que foram encontrados no lixão de Cocula, local onde três suspeitos de envolvimento no desaparecimento dizem ter incendiado os cadáveres dos alunos.

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