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    Briga de presidente com professores fomenta protestos no México

    RAUL JUSTE LORES
    ENVIADO ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO

    16/11/2014 02h00

    Bandeiras com imagens de Lênin, Stálin e Zapata se destacam no acampamento de cerca de 250 professores na esplanada do Monumento à Revolução, na Cidade do México. As barracas estão ali desde setembro de 2013.

    A briga dos professores com o presidente Enrique Peña Nieto é um importante ingrediente nas manifestações contra o governo. Sindicatos de professores participaram da ocupação dos aeroportos de Acapulco e Oaxaca e encabeçaram várias passeatas.

    O desaparecimento dos 43 alunos também atraiu atenção para as paupérrimas escolas rurais, mantidas pelo governo federal e que treinam professores para as áreas indígenas e mais pobres.

    Ao chegar ao poder, em 2012, Peña Nieto anunciou uma reforma educativa que avaliaria os professores públicos por desempenho e mudaria a transferência das verbas de educação no país.

    A maior oposição veio do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Educação, o maior do país, com 1,4 milhão de membros. Até então o sindicato era o responsável por contratar professores e gerir as escolas públicas do país.

    Pouco depois, foi presa a então presidente do sindicato, Elba Esther Gordillo, poderosa integrante do partido governista, o PRI, que criou a entidade em 1943.

    Em 24 anos no cargo, ela havia desviado US$ 240 milhões. Tinha 60 imóveis em seu nome, incluindo oito propriedades nos EUA, sendo uma mansão na Califórnia, contas na Suíça e joias.

    "Houve um racha interno no PRI entre os reformistas de Peña Nieto e os sindicalistas, movimentos indígenas e grupos próximos da guerrilha", disse à Folha Rossana Fuentes Beráin, professora do Instituto Tecnológico Autônomo do México (Itam).

    "Essas escolas rurais acabam perpetuando o isolamento cultural e a dificuldade desses jovens de encontrar trabalho", criticou.

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