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    Dois homens invadem sinagoga em Jerusalém e matam cinco israelenses

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    18/11/2014 06h14

    Cinco israelenses morreram nesta terça-feira (18) quando dois homens atacaram uma sinagoga em Jerusalém antes de serem mortos pela polícia.

    "Dois terroristas entraram na sinagoga do bairro de Har Nof. Atacaram com machados, facas e uma pistola", disse a porta-voz da polícia, Luba Samri.

    Samri informou que os suspeitos eram palestinos de Jerusalém Oriental –onde a maior parte da população é árabe. Já a sinagoga fica no bairro ultraortodoxo judaico de Har Nof, em Jerusalém Ocidental.

    O ataque foi celebrado pelos grupos Hamas e Jihad Islâmica, as duas principais forças islamitas palestinas, e, segundo a Reuters, foi reivindicado pela Frente Popular para Libertação da Palestina (PFLP, em inglês).

    Três dos mortos também tinham cidadania americana e outro, a britânica.

    Ahmad Gharabli/AFP
    Corpo é retirado de sinagoga no bairro de Har Nof, em Jerusalém
    Corpo é retirado de sinagoga no bairro de Har Nof, em Jerusalém

    Segundo a mídia palestina, os suspeitos são Ghassan e Udai Abu Jamal, primos do distrito de Jabal Mukaber, onde houve confrontos com as forças de segurança israelenses.

    A Frente Popular para a Libertação da Palestina disse que os primos eram seus membros, mas, segundo a AP, não especificou se os instruiu para realizar o ataque.

    O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou que o ataque é o "resultado direto" da incitação feita pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas.

    "Isto é o resultado direto da incitação feita pelo Hamas e por Abbas, incitação que a comunidade internacional ignora de maneira irresponsável", afirma Netanyahu em um comunicado.

    Israel reagirá "com mão de ferro a esse assassinato de judeus que estavam rezando", completa a nota.

    Abbas também condenou em comunicado a "morte de fiéis que rezavam" e também a "morte de civis não importa por quem".

    "Chegou a hora de acabar com a ocupação e com as causas da tensão e da violência, e estamos comprometidos com uma solução baseada em dois Estados de acordo com a lei internacional", disse Abbas.

    A polícia identificou um dos mortos como o rabino Moshe Twersky, que lecionava em um seminário de Jerusalém. Twersky era neto de Joseph Soloveitchik, um renomado rabino de Boston, que morreu em 1993.

    Editoria de Arte/Folhapress

    RETALIAÇÃO

    O ataque "é uma resposta ao assassinato do mártir Yusef Ramuni", motorista de ônibus palestino encontrado morto na segunda-feira (17) em seu veículo em Jerusalém Ocidental, afirmou o Hamas em um comunicado.

    O porta-voz do grupo, Sami Abu Zuhri, afirmou ainda que o ataque é uma "resposta à série de crimes do ocupante (Israel) em Al-Aqsa".

    A mesquita de Al-Aqsa, na Esplanada das Mesquitas, local sagrado para judeus e muçulmanos, foi cenário de conflitos entre palestinos e israelenses nos últimos dias.

    A Jihad Islâmica considerou o ataque à sinagoga uma "resposta natural aos crimes do ocupante".

    "O Hamas pede a continuação das operações de vingança e enfatiza que a ocupação israelense é responsável pela tensão em Jerusalém", disse Zuhri.

    O secretário de Estado americano, John Kerry, condenou o ataque, dizendo ter sido um ato de "puro terror e de brutalidade sem sentido".

    O ataque à sinagoga foi o pior na cidade desde 2008, quando um atirador palestino deixou oito mortos em uma escola religiosa da cidade.

    ESCALADA DE TENSÃO

    Nas últimas semanas, cinco israelenses e um estrangeiro foram mortos por palestinos -ou atropelados ou esfaqueados. Nenhum ataque foi reivindicado de maneira direta, mas alguns foram cometidos por integrantes da Jihad Islâmica ou do Hamas.

    Cerca de uma dúzia de palestinos também morreram, incluindo os suspeitos de terem realizado os ataques contra israelenses.

    A violência em Jerusalém cresceu desde julho, quando um adolescente palestino foi queimado por judeus em um ato de vingança pelo sequestro e assassinato de três adolescentes judeus por militantes palestinos na Cisjordânia.

    As tensões foram ainda mais alimentadas pela guerra de sete semanas em Gaza e pelas disputas na Esplanada das Mesquitas.

    A morte do motorista palestino aconteceu um dia depois de um palestino ter esfaqueado as costas de um israelense no domingo (16). O palestino conseguiu fugir, segundo a polícia.

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