• Mundo

    Monday, 20-May-2024 11:24:17 -03

    Farc afirmam que sequestraram general em área rural na Colômbia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    18/11/2014 14h35 - Atualizado às 07h45

    Os negociadores de paz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em Havana (Cuba) admitiram, nesta terça (18), o sequestro do general Ruben Darío Alzate por membros do grupo.

    O sequestro do general, de um soldado e de uma advogada aconteceu no domingo.

    Os negociadores haviam dito pela manhã que não tinham informações sobre o caso, porque a comunicação é falha na área do sequestro.

    Segundo os negociadores, este foi "um caso extraordinário", mas ao mesmo tempo "normal dentro de uma guerra".

    As Farc afirmaram que o general Alzate foi capturado em uma zona de conflito no departamento de Chocó, na região oeste do país, quando estava no "exercício de suas funções".

    CESSAR-FOGO

    Os negociadores da guerrilha em Cuba aproveitaram o sequestro para pedir uma reflexão do governo sobre a necessidade de um cessar-fogo bilateral para que o processo de paz possa avançar.

    "Esta delegação de paz está disposta a contribuir para uma imediata e sensata solução para este problema", afirmou na capital cubana o guerrilheiro Pablo Catatumbo (apelido de Jorge Torres Victoria).

    Catatumbo disse que um cessar-fogo bilateral criaria um ambiente mais tranquilo para as conversações e evitaria incidentes como esse.

    "Enquanto continuarem os confrontos, fatos como esse irão acontecer, inclusive mais graves", advertiu o comandante da guerrilha.

    No domingo, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou que as negociações de paz com as Farc só serão retomadas após a libertação dos reféns.

    Na segunda-feira, Santos disse que, "ainda que estejamos negociando em meio a conflitos, as Farc precisam entender que não se chega à paz aumentando as ações violentas e minando a confiança mútua".

    No início das negociações de paz, o grupo se comprometeu a não sequestrar civis, mas afirmou que militares são considerados "prisioneiros de guerra".

    EUROPA E ONU

    Nesta terça, a União Europeia pediu a libertação imediata dos reféns, e o escritório da ONU em Bogotá repudiou os sequestros.

    No Congresso colombiano, as Comissões de Paz do Senado e da Câmara também pediram a libertação imediata do general e de outros reféns que estão com as Farc.

    O Movimento Nacional de Vítimas de Crimes de Estado (Movice) exigiu que o governo retomasse as negociações com as Farc e pediu a participação da sociedade.

    O grupo convocou uma grande mobilização pelo país para esta quarta, dia em que o processo de paz completa dois anos.

    NEGOCIAÇÕES DE PAZ

    O governo de Santos e as Farc iniciaram há dois anos em Cuba um diálogo de paz para tentar acabar com um conflito armado de mais de 50 anos, mas sem decretar um cessar-fogo na Colômbia.

    Esta é a quarta tentativa de alcançar a paz com as Farc, a principal guerrilha do país e a mais antiga da América Latina, criada em 1964 e que conta oficialmente com 8.000 combatentes, essencialmente mobilizados nas zonas rurais.

    O atual processo com as Farc já alcançou consensos parciais em três dos seis temas na agenda: reforma rural, participação política da guerrilha e solução ao problema das drogas ilícitas.

    Mas ainda faltam os temas mais complexos, como a indenização das vítimas e o abandono das armas. Também deve ser definido um mecanismo de implementação, verificação e para referendar decisões.

    Editoria de arte/Folhapress

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024