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    Exército de Israel mata primeiro palestino após 3 meses de trégua

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    23/11/2014 09h20

    Um palestino foi morto neste domingo (23) na faixa de Gaza por militares israelenses ao se aproximar da cerca que separa Israel do território. A morte, divulgada pelo Ministério da Saúde de Gaza, é a primeira no território palestino desde o fim do conflito entre o grupo radical Hamas e Israel, em agosto, e ocorre em meio a uma escalada de tensão na região.

    Segundo familiares, Fadel Mohammed Halawa, 32, foi atingido quando tentava capturar, com um amigo, pássaros raros em árvores próximas à fronteira, na região do campo de refugiados de Jabalia (norte de Gaza).

    As forças de segurança de Israel disseram que os dois palestinos desobedeceram às ordens de não se aproximarem, e que os primeiros tiros foram dados para o alto. O governo israelense não confirmou a morte.

    Nas últimas semanas, diversos episódios violentos foram registrados na Cisjordânia e em Israel. Após o fechamento da Esplanada das Mesquitas, um dos principais locais sagrados do Islã, por Israel em outubro, seguiram-se ataques de palestinos contra israelenses –o último, a uma sinagoga, deixou cinco mortos–, e palestinos acusaram colonos judeus de incendiarem uma mesquita.

    Mahmud Hams/AFP
    A mulher (esq.) de Fadel Mohammed Halawa, morto por forças israelenses na Faixa de Faza após três meses de cessar-fogo
    A mulher (esq.) de Fadel Mohammed Halawa, morto por forças israelenses na Faixa de Faza após três meses de cessar-fogo

    ESTADO JUDAICO

    Apesar do clima de hostilidade, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, aprovou neste domingo um projeto de lei que deve acirrar ainda mais os ânimos na região.

    O texto oficializa o status de Israel como nação do povo judeu –uma reivindicação da direita israelense amplamente criticada pela minoria árabe, que representa cerca de 20% da população, e por grupos de direitos humanos.

    O projeto, combinação de dois textos propostos por conservadores, foi aprovado por 15 votos contra 7.

    Entre os que se opuseram ao projeto estão os ministros das Finanças, Yair Lapid, do centrista Yesh Atid, e da Justiça, Tzipi Livni, do liberal Hatnuah –o que, para muitos, já representa uma ameaça de racha na coalizão do governo.

    O controverso projeto de lei ainda precisa passar pelo Parlamento. O texto, contudo, deverá ser "abrandado" antes da votação e unificado a uma versão menos dura a ser apresentada por Netanyahu. Segundo críticos do governo, o premiê só deixou o projeto passar pelo gabinete para agradar aliados.

    De acordo com Netanyahu, uma lei neste sentido é necessária para reforçar a natureza "judaica e democrática" de Israel num momento "em que muitos desafiam a existência" desse Estado.

    "Há aqueles que gostariam que o [caráter] democrático prevalecesse sobre o judaico [no texto], e há aqueles que gostariam que o [caráter] judaico prevalecesse. Nos princípios da lei que eu vou apresentar esses valores são equivalentes e considerados com mesma intensidade", disse.

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