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    Secretário de Defesa é o primeiro demitido após derrota de Obama

    RAUL JUSTE LORES
    DE WASHINGTON

    24/11/2014 12h51 - Atualizado às 23h31

    O presidente americano Barack Obama demitiu nesta segunda (24) o secretário de Defesa, Chuck Hagel, o primeiro membro do gabinete a cair depois da derrota eleitoral que o partido do presidente sofreu no começo do mês.

    Hagel, 68, um republicano moderado que lutou na Guerra do Vietnã e preferia diplomacia a ações militares, incluído diálogo com o Irã, conheceu Obama como senador –os dois então senadores criticavam a invasão do Iraque, empreendida pelo governo do antecessor de Obama, George W. Bush.

    Pelo que a Casa Branca vazou para o jornal "The New York Times", Hagel não tinha o "perfil" para comandar o Pentágono na nova fase do governo Obama.

    Além de enviar 3.000 homens para o Iraque, a Casa Branca hoje luta contra a milícia radical Estado Islâmico e muda sua atuação no Afeganistão, depois de anos de retirada e de cortes no orçamento do departamento.

    Para críticos do governo Obama, Hagel jamais conseguiu furar o cerco do minúsculo grupo de Chicago que cerca o presidente e que toma todas as decisões, enquanto boa parte do gabinete não é ouvida e é mantida distante da Casa Branca.

    Hagel, que estava no cargo desde 27 de fevereiro do ano passado, era chamado de secretário "passivo".

    CRÍTICAS AO PRESIDENTE

    O Departamento de Defesa se tornou um dos mais contenciosos da administração Obama. A pasta viu seu Orçamento encolher de US$ 680 bilhões em 2009 para US$ 500 bilhões neste ano.

    Os dois antecessores de Hagel, Robert Gates e Leon Panetta, publicaram no último ano respectivos livros de memórias em que criticam duramente o presidente.

    Gates escreve em "Duty" (dever, em português) que Obama só queria saber de retirar as tropas do Afeganistão e do Iraque sem seguir nenhuma estratégia, o que contribuiu para o caos que aconteceu especialmente no segundo país.

    Panetta, ainda mais duramente, chama Obama de indeciso, lento e desinformado ao longo da biografia "Worthy Fights" (lutas dignas, em tradução livre), lançada em outubro. Diz que o presidente "evita batalhas e perde oportunidades".

    Obama não se pronunciou ainda sobre o sucessor de Hagel –que precisará passar por sabatina no Senado. Com a vitória nas eleições do início de novembro, em pouco mais de um mês, a Casa será controlada pela oposição republicana, que já detinha a maioria na Câmara.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Uma das favoritas para a secretaria é Michèle Flournoy, 53, que já foi subsecretária de Defesa para estratégia [o terceiro posto no ranking do departamento] no início do governo Obama (2009-2012) e seria a primeira mulher a ocupar o cargo.

    Flournoy criou o "think tank" [centro de estudos] Centro para uma Nova Segurança Americana, que dirige desde 2007, e é considerada uma especialista em contra-insurgência no Afeganistão.

    Outro nome que surgiu como possível ministro é o de Ashton Carter, 60, que foi vice-secretário de Defesa entre 2011 e 2013.

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