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    Francisco não exclui diálogo com EI, embora considere quase impossível

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    25/11/2014 16h41 - Atualizado às 07h30

    O papa Francisco disse nesta terça (25) que não fecha a porta para uma negociação com o Estado Islâmico, embora considere o diálogo "quase impossível". A facção domina desde o início do ano partes do Iraque e da Síria.

    "Eu nunca direi que tudo está perdido, nunca. Talvez não se possa ter um diálogo, mas você não pode nunca fechar a porta. É difícil, alguém poderia dizer que é quase impossível, mas a porta está sempre aberta."

    A defesa do diálogo foi feita pelo pontífice enquanto voltava de Estrasburgo, na França, onde fez um discurso no Parlamento Europeu.

    Francisco reiterou sua posição de que é preciso um consenso internacional para combater a milícia. "É preciso lutar contra o terrorismo, mas, para deter um agressor injusto, é necessário o consenso. Nenhum país pode fazê-lo por conta própria."

    A frase é uma nova crítica aos Estados Unidos. Em agosto, ele condenou o país por atacar o Iraque sozinho. "Os meios com que temos que frear essa agressão injusta devem ser avaliados. Digo frear [a milícia], não bombardear nem fazer uma guerra."

    Para tentar impor sua interpretação radical do islamismo, os extremistas promoveram genocídio de minorias étnicas, assassinatos sumários, tráfico humano e cárcere privado de vítimas.

    Nos últimos meses, a facção começou a decapitar reféns estrangeiros, em especial americanos e britânicos, e publicar vídeos das mortes.

    EUROPA

    A entrevista ocorreu após discurso no Parlamento em que Francisco defendeu "o resgate das raízes religiosas" do continente para enfrentar a expansão dos extremistas.

    Sobre os imigrantes, o papa voltou a pedir ajuda a africanos e asiáticos que chegam ao sul do continente. "Não podemos tolerar que o Mediterrâneo esteja se tornando um grande cemitério."

    No pronunciamento, ele disse que a impressão transmitida pelo continente é "a de uma avó, uma Europa que já não é fecunda nem vibrante", enquanto o mundo se tornou "menos eurocêntrico".

    "Chegou o momento de abandonar a ideia de uma Europa assustada e egocêntrica, para que seja um ponto de referência importante para a humanidade", ressaltou.

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