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    Funcionárias de vacinação contra a pólio são mortas no Paquistão

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    26/11/2014 10h48

    Atiradores mataram três trabalhadoras de uma campanha de vacinação contra o pólio no Paquistão e seu motorista nesta quarta-feira, informou a polícia, no atentado mais grave contra agentes de saúde em dois anos.

    As equipes que atuam no Paquistão para imunizar crianças contra a doença são vítimas frequentes de militantes do Taleban, que dizem que a campanha é um disfarce para espiões ocidentais ou acusam os agentes de distribuir vacinas concebidas para esterilizar as crianças.

    As mulheres foram atacadas quando iam se encontrar com uma escolta da polícia, disse o policial Asad Raza, da cidade de Quetta, no sudoeste do país.

    Banaras Khan/AFP
    Paquistaneses identificam corpos de trabalhadores de saúde mortos em Quetta
    Paquistaneses identificam corpos de trabalhadores de saúde mortos em Quetta

    Dois homens a bordo de uma motocicleta abriram fogo contra o veículo que levava os funcionários da saúde às 9h30 local (1h30 em Brasília) na área de Eastern Bypass e fugiram após o ataque.

    "Dois homens em uma motocicleta interceptaram a van e atiraram nos ocupantes usando uma arma", disse uma fonte da polícia.

    Duas outras agentes também ficaram feridas e foram levadas a um hospital.

    O governo local lançou no começo do mês uma campanha contra a pólio em 11 distritos na província de Baluchistão, da qual Quetta é a capital, com fortes medidas de segurança para vacinar 238 mil crianças menores de cinco anos.

    Os casos de poliomielite neste ano no Paquistão chegaram a 265, maior cifra em 15 anos. A doença, que pode matar ou paralisar uma criança horas após a infecção, havia sido erradicada no mundo todo, com exceção da Nigéria e do Afeganistão.

    Uma razão do aumento nos casos paquistaneses é a campanha militar no Waziristão do Norte, região inóspita na fronteira afegã, que obrigou um grande número de crianças não vacinadas e fugir de suas casas e se deslocar pelo país em junho.

    Um organismo de monitoramento internacional também culpou o governo do Paquistão em um relatório no mês passado. Os vacinadores raramente recebem seus salários, e as equipes de proteção da polícia muitas vezes chegam tarde, quando chegam.

    A complacência do governo foi "desastrosa", afirmou o relatório, alertando que o país arrisca reinfectar o resto do mundo. O Paquistão já exportou o vírus para Síria, China, Israel e Egito.

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