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    Seis prisioneiros de Guantánamo são liberados e enviados ao Uruguai

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
    DE SÃO PAULO

    07/12/2014 10h03 - Atualizado às 23h00

    Os EUA transferiram neste domingo (7) para o Uruguai seis homens que estavam presos havia 12 anos na prisão da Baía de Guantánamo, em Cuba, sem acusações formais. Eles foram capturados em 2002, sob suspeita de terem ligação com a rede terrorista Al Qaeda.

    O grupo –composto por quatro sírios, um tunisiano e um palestino– é o maior que já deixou a prisão desde 2009 e o primeiro a ser transferido para a América do Sul. Segundo o jornal "New York Times", o Brasil é um dos países que cogitam receber presos de Guantánamo.

    Os seis estavam desde 2009 na lista de aptos à transferência, por terem sido considerados de baixa periculosidade.

    No entanto, esse processo só pode ocorrer se o país de destino responder a certas exigências de segurança.

    Para as autoridades americanas, Síria, Tunísia e o território palestino –locais de origem dos homens– não obedeciam a esses requisitos.

    Por isso, no início deste ano, o presidente uruguaio, José Mujica, se dispôs a recebê-los.

    Segundo o "NYT", o acordo com o Uruguai foi finalizado em março. No entanto, o secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, esperou até julho para notificar o Congresso americano que havia aprovado o arranjo.

    Em agosto, os EUA enviaram um avião a Guantánamo para transportar os detidos, mas Mujica pediu que a transferência só ocorresse depois das eleições uruguaias, em 30 de novembro, para evitar um "espetáculo midiático", segundo o "NYT".

    Em carta aberta a Obama divulgada neste domingo, Mujica disse que ofereceu "hospitalidade para seres humanos que sofriam um sequestro atroz em Guantánamo. A razão [para a acolhida] é humanitária". Lá, eles terão status de refugiados.

    Em entrevista, Mujica disse que não serão feitas restrições de mobilidade aos homens. "Se no primeiro dia eles quiserem ir embora, poderão", afirmou.

    O presidente eleito do Uruguai, Tabaré Vázquez, aliado de Mujica que assume o cargo em 2015, disse que a embaixadora dos EUA em Montevidéu lhe assegurou que os homens não oferecem perigo.

    ESPERA

    A demora de Hagel em assinar os papéis que definiriam a ida dos prisioneiros para o Uruguai contribuiu para aumentar os atritos da pasta com a Casa Branca. A situação influenciou a renúncia de Hagel no mês passado, segundo o "NYT" e a agência Associated Press.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Transferência à América do SulEx-presos terão status de refugiados

    Com a libertação dos seis detentos, a população carcerária de Guantánamo foi reduzida para 136 pessoas, 67 das quais estão aptas à transferência. A maioria dos homens dessa lista tem nacionalidade iemenita.

    Os outros 69 ainda enfrentam acusações da comissão militar, têm casos sob revisão ou são considerados pelas autoridades americanas muito perigosos para serem soltos.

    Entre as promessas da primeira campanha de Obama à Presidência, há seis anos, estava o fechamento de Guantánamo. No entanto, a intenção encontrou resistência no Congresso americano.

    Guantánamo foi aberta por George W. Bush em 2002, meses após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.

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