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    Milhares protestam na Venezuela contra 'imperialismo americano'

    SAMY ADGHIRNI
    DE CARACAS

    16/12/2014 00h13

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comandou nesta segunda (15) em Caracas um protesto em repúdio à possibilidade de os EUA revogarem visto de entrada de autoridades venezuelanas por supostos abusos de direitos humanos.

    Usando tom particularmente agressivo, Maduro sugeriu que os Estados Unidos "peguem os vistos e os enfiem onde têm de ser enfiados".

    Ele chamou responsáveis pelas possíveis sanções de "insolentes ianques."

    O presidente também sugeriu a criação de um comitê para avaliar maneiras de processar em instâncias jurídicas internacionais "países imperialistas" que atacaram Síria, Iraque e Líbia.

    O protesto foi convocado para coincidir com o 15º aniversário da Constituição esquerdista aprovada pelo então presidente Hugo Chávez, que morreu em 2013 e foi substituído por Maduro.

    A suspensão dos vistos é parte de um pacote de medidas aprovadas pelo Congresso americano e que deve ser sancionado em breve pelo presidente Barack Obama.

    As medidas, que pretendem retaliar a suposta repressão a protestos que deixaram 43 mortos no primeiro semestre deste ano, também supõem congelamento de ativos de venezuelanos ligados a Maduro. A lista das autoridades visadas não foi divulgada.

    O protesto reuniu dezenas de milhares de pessoas, mas a Folha constatou que a maior parte dos manifestantes eram servidores e beneficiários de programas sociais vindos do interior em ônibus fretados pelo governo.

    "Nos disseram para vir a Caracas e aí aproveitei para comprar sabão, porque na minha cidade é impossível", disse Arelis, 28, militante do partido oficial PSUV, em referência à escassez que aflige o país.

    Maduro disse que em janeiro pretende delegar sua agenda política a representantes de seu gabinete para poder se dedicar aos problemas econômicos da Venezuela.

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