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    Reaproximação entre EUA e Cuba é 'mudança na civilização', diz Dilma

    FELIPE GUTIERREZ
    ENVIADO ESPECIAL A PARANÁ (ARGENTINA)

    17/12/2014 16h33

    A presidente Dilma Rousseff, que participa de cúpula do Mercosul na cidade de Paraná, na Argentina, disse nesta quarta (17) que a retomada de relações entre EUA e Cuba "marca uma mudança na civilização".

    "Quero saudar o presidente Raúl Castro e o presidente Barack Obama, e sobretudo quero saudar o papa Francisco por ter sido muito possivelmente um dos fatores mais importantes da aproximação. É um momento que marca uma mudança na civilização. É possível restabelecer relações interrompidas há muitos anos."

    "Nós, lutadores sociais, imaginamos que nunca haveria esse momento de reinício das relações entre EUA e Cuba", afirmou Dilma.

    A notícia da reaproximação entre os dois países chegou no meio da reunião de cúpula do Mercosul.

    A presidente argentina Cristina Kirchner anunciou a novidade e afirmou que trata-se "de um momento histórico".

    Cristina disse ainda que o bloco econômico deve se pronunciar sobre o avanço na negociação entre Obama e Raúl Castro.

    O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou "estar muito feliz" pela notícia da volta das relações diplomáticas entre EUA e Cuba. "É preciso reconhecer que é um gesto de valentia, necessário. A grande mensagem entre Cuba e EUA é que as armas se voltam a quem as usa."

    Maduro chegou a afirmar que a aproximação entre Cuba e EUA é uma "vitória do Fidel".

    ANÚNCIO HISTÓRICO

    O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou nesta quarta-feira (17) o fim da "abordagem antiquada" dos EUA em relação a Cuba, afirmando que ela fracassou em avançar os interesses americanos. "Esses 50 anos mostraram que o isolamento não funcionou. É tempo de uma nova abordagem."

    Em seu anúncio, Obama afirmou que os EUA e Cuba concordaram em restabelecer relações diplomáticas, rompidas em 1961, e abrir vínculos econômicos e de viagem -uma mudança histórica na política dos EUA que tem o objetivo de pôr fim a meio século de animosidade da Guerra Fria.

    Apesar de ter recorrido a um decreto para realizar as mudanças anunciadas nesta quarta, Obama não pode unilateralmente pôr fim ao embargo econômico americano, que foi aprovado pelo Congresso e requer ação dos legisladores para ser revogado.

    A Casa Branca, porém, indicou que gostaria que o Congresso amenizasse ou o levantasse a medida.

    O anúncio foi feito em meio a uma série de novas medidas de construção de confiança entre os dois inimigos de longa data, incluindo as libertações do americano Alan Gross, preso em Cuba desde 2009, e de três membros do grupo Cinco Cubanos, presos na Flórida desde 1981.

    Segundo autoridades americanas, os espiões cubanos foram trocados por um funcionário da inteligência americana que estava detido havia mais de 20 anos. Tecnicamente Gross não fez parte da troca, tendo sido solto separadamente por "questões humanitárias".

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