A Casa Branca divulgou na tarde desta quarta-feira (17) uma foto do momento em que o presidente americano Barack Obama telefonou para o ditador cubano Raúl Castro para falar sobre a retomada das relações entre seus respectivos países.

A ligação, realizada na terça-feira (16) durante o Conselho de Segurança Nacional, pôs fim a um hiato de 50 anos, durante o qual líderes dos dois países ficaram sem estabelecer contato telefônico, pelo menos de modo oficial.

Durante os 45 minutos em que conversaram, Obama e Castro finalizaram as bases do acordo para pôr de lado décadas de hostilidade e encontrar uma nova relação entre os EUA e a ilha, que fica a apenas 90 minutos da costa americana.

Além da retomada das negociações, os EUA amenizarão restrições sobre remessas, viagens e relações bancárias, e Cuba libertará 53 presos cubanos identificados como prisioneiros políticos pelo governo americano.

Apesar de ter recorrido a um decreto para realizar as mudanças anunciadas nesta quarta, Obama não pode unilateralmente pôr fim ao embargo econômico americano, que foi aprovado pelo Congresso e requer ação dos legisladores para ser revogado.

A Casa Branca, porém, indicou que gostaria que o Congresso amenizasse ou o levantasse a medida.

Desde que Raúl Castro assumiu o governo da ilha, em 2010, Obama buscou facilitar os deslocamentos e aliviar as restrições financeiras dos americanos que possuem família em Cuba.

Os dois líderes apertaram as mãos e trocaram gentilezas no ano passado, durante a cerimônia após a morte de Nelson Mandela, na África do Sul.

REPUBLICANOS

A oposição republicana criticou as medidas anunciadas por Obama em relação a Cuba.

Os senadores John McCain e Lindsey Graham, afirmaram em comunicado conjunto que a retomada de relações entre os dois países reflete "o declínio da América e dos valores que ela representa".