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    Obama negocia com 'regime brutal', dizem políticos cubano-americanos

    RAUL JUSTE LORES
    DE WASHINGTON

    17/12/2014 21h46

    Políticos americanos de origem cubana dos dois partidos chamaram o presidente Obama de "péssimo negociador", de apoiar "um regime brutal" e ameaçaram dificultar a reaproximação diplomática entre os dois países.

    O anúncio da normalização diplomática foi feito um dia depois do início de recesso de Natal do Congresso americano.

    A partir de 1º de janeiro, o novo Congresso americano é empossado, onde a oposição republicana controlará Câmara e Senado.

    Lideranças da oposição republicana também criticaram o presidente, mas com menos adjetivos e decibéis.

    Um dos maiores críticos da decisão do presidente é um colega de partido, o senador democrata Bob Menendez, de Nova York.

    Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o cubano-americano Menendez disse que se trata de "uma premiação a um regime brutal". "Trocar prisioneiros abre um perigoso precedente", afirmou.

    A reação mais exaltada foi do senador cubano-americano Marco Rubio, republicano da Flórida. Ele fez um pronunciamento logo após o do presidente Obama para dizer que o governo americano "não ganhou nada em troca".

    "Reatamos relações a troco de quê? Sem cobrar democracia, direitos humanos, internet na ilha, nada", falou.

    Rubio ainda disse que votará contra o financiamento da nova embaixada americana em Havana e que votaria contra "qualquer nomeado" por Obama como embaixador em Cuba.

    O senador de 43 anos é pré-candidato presidencial para a sucessão de Obama, mas seu sonho deve ser adiado pela decisão de seu padrinho político, Jeb Bush, ex-governador da Flórida, de concorrer também.

    Jeb, que é irmão do ex-presidente George W. Bush, postou um comunicado em sua página no Facebook para dizer que Obama "extrapolou mais uma vez sua autoridade presidencial" e que o presidente "premiou ditadores".

    DIREÇÃO CORRETA

    Fora da comunidade cubana de Miami e Nova York, vários políticos elogiaram a mudança, dizendo que foi um "passo na direção correta", segundo o senador democrata Carl Levin, de Michigan, ou como "o fim da Guerra Fria", para o senador independente Bernie Sanders, de Vermont.

    Até a Câmara de Comércio dos EUA, maior associação empresarial do país, normalmente bastante crítica a Obama, defende a reaproximação comercial com a ilha.

    Em junho, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, favorita para a sucessão de Obama em 2016, pediu pelo fim do embargo.

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