• Mundo

    Monday, 06-May-2024 19:05:33 -03

    Washington diz que mudanças virão em dias ou semanas, não em meses

    RAUL JUSTE LORES
    DE WASHINGTON

    18/12/2014 23h48

    A secretária assistente para as Américas do Departamento de Estado, Roberta Jacobson, visitará Cuba no final de janeiro para dar prosseguimento à normalização diplomática entre EUA e Cuba.

    Em entrevista nesta quinta (18), ela disse que as mudanças que facilitarão viagens, remessas de dinheiro e o uso de cartões de crédito americanos na ilha acontecerão "em dias ou semanas, não meses", e que a abertura da embaixada em Havana não requer "legislação especial".

    "Atualmente, temos um acordo com a Embaixada da Suíça, que nos representa em Cuba, e uma seção de negócios com diplomatas americanos, na qual damos vistos para cubanos e atendemos os americanos lá".

    Sobre a ameaça republicana de cortar no Senado o financiamento para uma futura embaixada em Havana, Jacobson disse que "ninguém gostaria de terminar com esses serviços e assistência. Uma embaixada não é um presente para um país".

    Diplomatas americanos disseram à Folha que o papel do papa Francisco nas negociações entre EUA e Cuba foi "fundamental". "Ele foi uma espécie de fiador para os dois lados".

    Além de conhecedor da política latino-americana e do "simbolismo" de Cuba na região, ele está bem assessorado: seu secretário de Estado ("chanceler" do Vaticano), o italiano Pietro Parolin, foi núncio apostólico (embaixador) do Vaticano em Caracas.

    Pouco após Obama confidenciar ao papa, em março passado, as negociações secretas, o papa decidiu mandar as cartas aos dois governos pedindo a liberdade dos prisioneiros.

    O secretário de Estado, John Kerry, encontrou-se duas vezes e falou por telefone quatro vezes com o chanceler cubano, Bruno Rodriguez Parrilla, dizendo que, se Alan Gross, americano detido em Cuba, morresse na prisão, "os acordos teriam que ser cancelados".

    Nove encontros entre os dois lados ocorreram entre junho de 2013 e novembro deste ano em Ottawa e Toronto, no Canadá. Um outro aconteceu no Vaticano.

    Obama escolheu dois jovens assessores da Casa Branca para os encontros –Ben Rhodes, autor de alguns de seus discursos e que já participou das negociações secretas para reatar relações entre EUA e Myanmar, e Ricardo Zúñiga, o assessor de origem hondurenha responsável por América Latina no Conselho de Segurança Nacional, que já trabalhou na Seção de Interesses Americanos em Havana.

    Apenas dois dias depois da derrota eleitoral das eleições legislativas de 4 de novembro, quando seu partido perdeu o controle de Câmara e do Senado, Obama decidiu que reataria relações com Cuba.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024