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    Empreiteira Odebrecht acredita em oportunidade para o Brasil em Cuba

    PATRÍCIA CAMPOS MELLO
    ENVIADA ESPECIAL A HAVANA

    19/12/2014 02h00

    A Odebrecht, empreiteira que é a principal empresa brasileira em Cuba, acredita que o processo de aproximação com os EUA vá trazer um boom nos negócios brasileiros na ilha.

    Para Mauro Hueb, presidente da Odebrecht em Cuba, os programas de incentivo ao investimento estrangeiro já criados pelo governo cubano e as relações com os EUA vão gerar muitas oportunidades. Cuba criou uma série de incentivos fiscais e regimes diferenciados de salário para atrair investimentos.

    A Odebrecht está de olho na Zona de Desenvolvimento Integrado de Mariel, ao lado do porto. Lá algumas empresas brasileiras de plásticos, de tabaco e vidros negociam sua instalação sob as novas regras de investimento estrangeiro. E a Odebrecht tem um projeto de US$ 190 milhões para infraestrutura da zona de desenvolvimento.

    A empreiteira já entregou o porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana. Inaugurado em janeiro pela presidente Dilma Rousseff e pelo ditador Raúl Castro, o porto é o maior símbolo da aposta brasileira em Cuba, e recebeu financiamento total de cerca de US$ 800 milhões.

    A Odebrecht também trabalha na ampliação do aeroporto Jose Martí, um projeto de US$ 207 milhões, em Havana, e tem um projeto no setor sucroalcooleiro de US$ 120 milhões.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O Brasil apostou na estratégia de entrar em Cuba antes da abertura econômica para garantir presença na ilha. Desde 2009, o BNDES desembolsou US$ 765,058 milhões em financiamentos para a ilha, concedendo crédito para o governo cubano comprar de fornecedores brasileiros de bens e serviços.

    No ano passado, Cuba foi o terceiro maior destino de financiamentos do BNDES.

    Claro que há dificuldades. "Não é fácil, eles estão aprendendo", diz César Bahia, diretor de contrato da Odebrecht em Cuba.

    "O embargo econômico se mantém, e as mudanças serão paulatinas, mas só a possibilidade de uso de cartões de crédito americanos darão um enorme impulso para o turismo e consumo."

    Ele acredita também, que, com a aproximação com os EUA, haverá mais facilidade de conseguir financiamentos não governamentais, de mercado.

    São mais de 300 as empresas brasileiras que têm negócios em Cuba ou se fixaram na ilha. Grande parte usa recursos do BB ou BNDES. Muitas são fornecedoras do porto.

    São empresas como a TendTudo, rede brasileira de material de construção, que abriu sua primeira loja em Cuba em abril do ano passado.

    A TendTudo é a primeira loja onde os cubanos podem comprar desde tintas até pisos de cerâmica e madeiras. A demanda aumentou porque o governo cubano recentemente permitiu a compra e venda de casa pelos cidadãos da ilha (e estrangeiros residentes)", diz Carlos Christensen, presidente da TendTudo internacional.

    "A abertura será um processo demorado, mas será bom para a gente, porque vão entrar muitos recursos na ilha: só para a modernização do setor turístico, por exemplo, podemos vender muito material de construção."

    Enquanto isso, eles enfrentam alguns obstáculos. Este ano, por exemplo, não conseguiram suprir toda a demanda da loja porque o governo cubano brecou importações.

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