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    Obama promulga lei com sanções a autoridades da Venezuela

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    19/12/2014 09h12

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, promulgou nesta quinta-feira (18) uma lei que permite impor sanções contra autoridades do governo da Venezuela acusadas de violar o direito de manifestantes durante uma onda de protestos que tomou o país no começo deste ano.

    A promulgação foi repudiada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que definiu a medida como uma "agressão".

    As sanções contra autoridades venezuelanas permitem negar vistos e congelar bens de indivíduos que a lei considera que estiveram envolvidos em uma ofensiva contra a oposição durante os três meses de protestos de rua contra o crime e a crise econômica na Venezuela. Os protestos deixaram 43 mortos.

    A lei também permite a aplicação de sanções, mas cabe ao presidente americano fazer uso da medida.

    Maduro fez um paralelo entre a recente reaproximação entre EUA e Cuba e a medida contra a Venezuela.

    "São as contradições de um império que pretende impor sua dominação por qualquer via, subestimando a força e consciência da pátria. Por isso, repudio as insolentes medidas tomadas pela elite imperial dos Estados Unidos", escreveu Maduro em sua conta no Twitter.

    O mandatário acrescentou que Obama deu "um passo em falso" contra a Venezuela ao promulgar a medida que o Congresso dos EUA já havia aprovado na semana passada.

    Em entrevista à TV, o chanceler venezuelano, Rafael Ramírez, disse que as medidas americanas não causam nenhum dano ao governo, mas são um "cheque em branco para grupos que estão à margem da lei" e vão "promover a ação do fascismo" no país.

    Obama referendou a Lei para a Defesa dos Direitos Humanos e Sociedade Civil da Venezuela, junto com várias leis que chegaram a sua mesa aprovadas pelo Congresso –como a que lhe autoriza a adotar novas sanções contra a Rússia pelo conflito na Ucrânia.

    A Casa Branca já tinha indicado que o líder assinaria as sanções, apesar de Obama ter evitado tomar essa atitude antes, na esperança de um acordo entre governo e oposição na Venezuela.

    "Não permanecemos em silêncio, nem faremos isso, frente a ações do governo venezuelano que violam os direitos humanos, as liberdades fundamentais e as normas democráticas", declarou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, um dia depois de o Congresso aprovar a medida.

    ISOLAMENTO

    A Venezuela corre o risco de ficar isolada na região em sua retórica antiamericana, depois que Cuba e EUA, grandes arqui-inimigos ideológicos do continente, fizeram um acordo para a normalização das relações diplomáticas.

    Sobre a aproximação, Maduro tuitou que os EUA "reconheceram o fracasso das políticas de agressão e bloqueio contra nossa irmã Cuba, que com dignidade resistiu e venceu".

    EUA e Venezuela mantêm tensas relações e suas legações diplomáticas se encontram em nível de encarregados de negócios após as expulsões mútuas de seus embaixadores há quatro anos.

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