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    Ordem dos franciscanos é investigada por lavagem de dinheiro

    DA AFP

    20/12/2014 10h53

    A ordem dos franciscanos, conhecida pelo voto de pobreza de seus frades, se encontra em situação financeira muito grave por consequência de malversações, anunciou em carta aberta o superior da ordem, Michael Perry. Ele pede solidariedade.

    De acordo com a revista italiana "Panorama", dezenas de milhões de euros da ordem foram investidos em empresas suspeitas investigadas na Suíça por transações ilícitas. Um alto assessor do papa Francisco está entre os investigados.

    Vários jornais italianos, porém, atribuem as denúncias às eleições internas da ordem, ciando por exemplo os milhões de euros que custou a reforma do hotel "Il Cantico", de Roma, realizada com um grau de luxo que foge aos preceitos de São Francisco de Assis.

    Sem entrar em detalhes, o irmão Perry explicou nesta semana na página da internet da Ordem dos Frades Menores, nome oficial dos franciscanos, que uma investigação interna iniciada em setembro revelou a existência de malversações que ameaçam "a estabilidade financeira e o patrimônio da ordem".

    O tesoureiro-geral da ordem pediu demissão e vários frades são suspeitos de participar de "atividades financeiras suspeitas", mas o irmão Perry mencionou que, devido ao "papel importante de atores externos", recorreu à Justiça civil.

    "Perante o alcance dessas atividades, a cúria geral se encontra diante de graves - insisto, graves - dificuldades financeiras, com dívidas portentosas", explicou o religioso.

    O líder franciscano reconheceu que o anúncio provocará "decepção e desânimo" entre os frades, mas pediu às províncias (de gestão autônoma) que enviem contribuições financeiras a Roma para evitar a falência.

    Fundada por São Francisco de Assis no começo do século 13, a ordem dos franciscanos conta atualmente com 13.600 frades em 110 países, incluindo o Brasil.

    A investigação interna se concentra na gestão desde 2003, quando foi assumida por José Rodríguez Carballo, nomeado em 2013 pelo papa Francisco como o número dois da conregação que supervisiona todas as ordens religiosas.

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