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    Sony volta atrás e diz que comédia polêmica estreará de alguma forma

    DE SÃO PAULO

    21/12/2014 21h49

    Em entrevista ao programa "Meet the Press", da rede NBC, o advogado David Boies, do estúdio Sony, afirmou que a estreia do filme "A Entrevista" não foi cancelada, apenas adiada, após o ataque hacker e ameaças atribuídas à Coreia do Norte.

    "Acho que precisamos ser muito cuidadosos com as vidas das pessoas. Mas lembre-se que a Sony apenas adiou. A Sony está lutando para ter o filme distribuído", disse. "Como vai ser distribuído, acho que ninguém sabe ainda. Mas será distribuído."

    Na última quarta-feira (17), porém, o estúdio havia afirmado não ter planos para lançar o filme.

    As declarações de Boies vieram horas depois de uma entrevista do presidente Barack Obama à rede CNN, em que ele criticou a Sony por se curvar às ameaças de uma ditadura estrangeira e disse que, caso o estúdio o tivesse procurado, ele próprio telefonaria para os cinemas para garantir a estreia.

    "Se abrirmos um precedente onde um ditador noutro país possa atrapalhar a cadeia de distribuição de uma empresa, temos um problema", disse Obama, que insistiu em não classificar o caso como ato de guerra.

    Boies jogou a batata-quente de volta ao colo do governo. Sugeriu que a reação foi tímida e tardia demais e que a invasão dos sistemas da Sony deveria ser tratada como uma ameaça terrorista à segurança de todos os cidadãos.

    "Acho que ajudou que o presidente tenha reconhecido publicamente que esse foi um ataque inaceitável, que não podemos ter ataques patrocinados por Estados para censurar o que fazemos neste país", afirmou. "Mas queria ter visto ele dizer isso antes. E queria ter visto sem o aspecto de culpar a vítima."

    Na entrevista de Obama, o presidente afirmou que os Estados Unidos estudam a possibilidade de classificar a Coreia do Norte como um Estado patrocinador do terrorismo, já que a classificação de um país como Estado terrorista tem critérios muito mais rígidos.

    DR. EVIL ENSINA
    Adiar a estreia do filme se encaixa nos planos de um mestre do mal – o vilão "Dr. Evil", dos filmes de Austin Powers.

    Em participação especial no programa "Saturday Night Live", o ator de comédia Mike Myers, caracterizado como Dr. Evil, criticou os hackers norte-coreanos por sua inépcia.

    "Vocês são um dos países mais malévolos do mundo e seu grande ato de guerra é matar um filme?", ele disse. "É fácil matar um filme. É só adiar para janeiro."

    Myers também tirou onda da própria Sony. "Por que pegar no pé da Sony? Eles não acertam uma desde que criaram o Walkman."

    A Coreia do Norte nega participação no ataque e exige participar da investigação anunciada pelo governo dos EUA.

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