Já faz cinco dias que os três espiões cubanos foram recebidos como heróis em Havana e o mundo ficou estupefato com o anúncio do restabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos.
E onde está o líder, o comandante Fidel Castro?
Sumiu.
Habitualmente, o "Granma", jornal oficial do Partido Comunista cubano, estampa fotos de Fidel, 88, lendo o jornal do dia anterior, como forma de provar que ele está vivo.
Mas agora, diante da maior mudança na ilha desde o início do embargo americano, em 1962, não há uma foto, um pronunciamento, uma mensagem de Fidel. Nada.
"Como prometeu Fidel em junho de 2001, chegaram à nossa pátria Gerardo, Ramón e Antonio", dizia o jornal oficial do Partido Comunista de Cuba no dia seguinte à libertação. Eles estavam presos nos EUA e foram trocados pelo americano Alan Gross e pelo espião cubano Rolando Sarraff, como parte do acordo de restabelecimento de relações.
"O que mais me emociona é que o comandante estará em condições para receber nossos compatriotas junto com o povo, o presidente e o Parlamento. Prometeu e cumpriu", disse Mariela Castro Espín, deputada e filha de Raúl Castro.
Aos 88 anos, a saúde de Fidel é sempre alvo de especulações.
"Toda a população está falando disso, como é que Fidel não apareceu ao lado dos espiões ainda?", disse à Folha o dissidente Angel Moya. "Ou Fidel está muito doente, ou morreu, ou entendeu todo esse acordo com os EUA como uma derrota para o governo", acrescentou.
[an error occurred while processing this directive]