• Mundo

    Monday, 29-Apr-2024 10:50:48 -03

    2014 teve poucos acidentes, mas muitos mortos na aviação comercial

    RICARDO GALLO
    DE SÃO PAULO

    28/12/2014 19h23

    O ano de 2014 irá terminar como aquele com o menor número de acidentes aéreos em voos comerciais de passageiros desde 1946, quando nem avião a jato havia: sete, sem contar o desaparecimento do Airbus A320 da Air Asia. Essa é a boa notícia.

    A má: proporcionalmente, trata-se do ano mais mortal da história; nunca tanta gente morreu relativamente ao número de desastres aéreos —109 por acidente (762 no total), também sem levar em conta o AirAsia, segundo o banco de dados da Aviation Safety Network, entidade que reúne informações sobre acidentes aéreos.

    O dado considera acidentes com aviação comercial de passageiros e inclui ações criminosas, como sequestros e sabotagem.

    Uma das explicações para esse paradoxo é que os aviões, nos últimos 20 anos, estão maiores, com capacidade para levar mais passageiros, sejam eles os dedicados aos voos de longa distância ou não. "Os tipos de avião têm muito a ver com a relação de mortes por acidente, assim como com o tipo de acidente", diz John Cox, que atuou em seis grandes investigações de acidentes aéreos pelo NTSB (principal autoridade americana em apuração de desastres aéreos).

    "Aviões maiores, com mais passageiros, podem resultar em mais mortes em um acidente", afirma. E, quando se trata de um desastre em que o avião está no ar e perde o controle, o risco de sobreviventes é muito menor -o que puxa a estatística das mortes para cima.

    Harro Ranter, CEO da Aviation Safety Network, diz que o ano de 2014 foi especialmente trágico para a aviação pela coincidência de acidentes inusuais, como os dois desastres com Boeings 777 da Malaysia Airlines: um desapareceu quando ia de Kuala Lumpur para a China, em março, com 239 pessoas, e ainda não foi encontrado; o outro foi abatido no ar por um míssil ao sobrevoar a Ucrânia, em julho, com 298 a bordo.

    O maior número absoluto de vítimas fatais em acidentes aéreos ocorreu em 1972, quando 2.429 pessoas morreram.

    Ranter sustenta que, relativamente ao número de passageiros transportados, a aviação continua segura. Em 2017, as companhias aéreas preveem transportar 3,91 bilhões de passageiros, 31% a mais do que em 2012, segundo a Iata (associação internacional de transporte aéreo).

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024