Um juiz de paz permitiu nesta segunda-feira (29) a expulsão do ex-terrorista turco Mehmet Ali Agca, que no sábado (27) visitou e levou flores ao túmulo do papa João Paulo 2º. Segundo fontes policiais, ele poderá deixar o país ainda nesta noite.
Agca foi o responsável pelo ataque de 13 de maio 1981, quando acertou um tiro em no então pontífice durante a tradicional audiência geral do Vaticano.
O turco foi preso em flagrante e condenado à prisão perpétua. Entretanto, o presidente Carlo Azeglio Campi o perdoou em 2000, e ele foi extraditado para a seu país natal, onde havia escapado da prisão pelo assassinato do jornalista Abdi Ipekçi.
Passou mais dez anos preso na Turquia, até 18 de janeiro de 2010.
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Mehmet Ali Agca chora ao levar flores no túmulo de João Paulo 2º, no Vaticano; turco disparou três tiros contra o então pontífice em 1981 |
No último sábado, Agca voltou para a Itália para visitar o túmulo de João Paulo 2º e foi reconhecido por um policial que fazia ronda na região. Quando o militar verificou seus documentos, viu que eles não estavam regularizados —o que permitiu a abertura de um procedimento de expulsão do país.
Um trio de advogados tentou barrar a expulsão de Agca para que ele fosse preso na Itália e prestasse depoimento sobre o desaparecimento de Emanuela Orlandi, cidadã vaticana que sumiu em 1983. O irmão dela, Pietro, disse que o turco tem informações sobre seu paradeiro.
Numa entrevista recente, Agca afirmou que a menina sequestrada continuava viva, mas não informou seu paradeiro.