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    Novo chanceler cobra 'engajamento' de diplomatas

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    03/01/2015 02h00

    Em seu primeiro discurso como chanceler, Mauro Vieira reconheceu nesta sexta-feira (2) os "permanentes desafios materiais" dos postos brasileiros no exterior, mas cobrou "ação e engajamento" do corpo do Itamaraty em embaixadas e consulados para obter uma "diplomacia de resultados" em meio à crise.

    Vieira, 63, assume um ministério com orçamento enxugado –a pasta perdeu quase a metade de sua participação no bolo do Executivo nos últimos dez anos– e que perdeu prestígio durante o governo Dilma.

    Sua fala, no evento de transmissão de cargo nesta sexta-feira (2), foi destinada, em parte, a acalmar as tensões e motivar um corpo diplomático insatisfeito, mas também a cobrar empenho das missões no exterior.

    Ueslei Marcelino/Reuters
    O novo chanceler, Mauro Vieira, em evento de transmissão de cargo no Palácio Itamaraty
    O novo chanceler, Mauro Vieira, em evento de transmissão de cargo no Palácio Itamaraty

    "É preciso sermos atuantes. O valioso simbolismo da presença não pode substituir uma diplomacia de resultados. Resultados que se medem com números e se obtém com consciência da missão, com ação e engajamento."

    De sua parte, o chanceler disse que fará "tudo o que estiver ao seu alcance" para sanar as carências de recursos e a "pressão de imensas dificuldades" sob a qual atuam os postos brasileiros hoje.

    COMÉRCIO EXTERIOR

    Vieira anunciou que, sob sua gestão, o Itamaraty buscará ampliar o espaço da produção brasileira em "todos os mercados do mundo".

    "A linha mestra de atuação do Itamaraty (...) será colaborar intensamente para abrir, ampliar ou consolidar o acesso mais desimpedido possível do Brasil a todos os mercados do mundo", disse.

    Ex-embaixador em Washington, Vieira negou que a agenda brasileira terá "exclusivismos", já que os interesses do país são "geográfica e tematicamente universais".

    Segundo ele, o Itamaraty continuará buscando aprofundar suas relações com os diversos países e regiões, desde os vizinhos da América do Sul até nações desenvolvidas.

    PROGRESSÃO

    Diante da insatisfação de jovens diplomatas sobre o processo de crescimento na carreira, Vieira diz assumir o lugar deixado por Luiz Alberto Figueiredo com o compromisso de "aprimorar os métodos de trabalho do Itamaraty".

    "As questões centrais de seleção, formação, progressão funcional, remuneração, circulação entre os postos e aperfeiçoamento profissional (...) precisam ser enfrentados à luz dos objetivos e do alcance da política externa", afirmou.

    No evento do Itamaraty, estiveram presentes o ex-chanceler Antonio Patriota e o diplomata Eduardo Saboia, que auxiliou a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil em 2013. O episódio motivou a saída de Patriota.

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