Um tribunal búlgaro do distrito de Haskovo decidiu, nesta segunda-feira (5), extraditar o brasileiro Kaíke Ribeiro para a Espanha, informou durante a manhã o jornal búlgaro "Dneven Trud".
A Folha confirmou a informação com a Embaixada do Brasil em Sófia.
Ribeiro deve ser enviado de volta à Espanha, onde vive, nos próximos dez dias. Ali, responderá à acusação de ter tentado viajar à Síria para unir-se à milícia radical Estado Islâmico.
O Itamaraty informou, por meio de assessoria de imprensa, que acompanha o caso do brasileiro. A pasta, no entanto, não deu mais detalhes sobre o episódio. " Em respeito à privacidade de cidadãos brasileiros no exterior e de suas famílias, o Itamaraty não tem autorização para fornecer mais informações sobre o caso em apreço", disse o ministério.
O brasileiro e dois marroquinos que foram detidos com ele em 15 de dezembro negam as acusações. Eles afirmam que planejavam ir à Grécia e à Turquia durante as férias.
| Delian Avramov - 23.dez.2014/Dneven Trud | ||
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| O brasileiro Kaíke Guimaraes, 18, aparece em corte búlgara em dezembro |
A detenção aconteceu na fronteira búlgara com a Turquia.
De acordo com o jornal "Dneven Trud", o marroquino El-Gharbi entoava, durante o julgamento, versículos do Corão, o livro sagrado do islã. Ele reclamou do frio de sua cela e disse esperar ir à Espanha brevemente.
A Folha procurou a família de Ribeiro e a advogada dele. Desde o início do caso, porém, eles têm se recusado a conversar com a imprensa. As autoridades espanholas e a diplomacia brasileira também mantêm sigilo.
Sabe-se que Ribeiro vivia em Terrassa, próximo a Barcelona, e que frequentava a mesquita Badr —visitada pela Folha em dezembro. A cidade tem uma comunidade marroquina coesa, e a mesquita foi acusada no passado pelo radicalismo de seu líder anterior, já fora do cargo.
Ribeiro foi descrito à reportagem, ali, como "o brasileiro alto" que não conversava com pessoas fora de seu círculo de amizades, formado especialmente pelo marroquino Tawfiq, que teria tido um importante papel no seu trajeto.
Colaborou FLAVIA FOREQUE, de Brasília