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    Última publicação do jornal 'Charlie Hebdo' satirizava líder do EI

    DE SÃO PAULO

    07/01/2015 15h44

    A última publicação postada pelo jornal satírico francês "Charles Hebdo" foi uma sátira a Abu Bakr al-Baghdadi, autoproclamado califa do Estado Islâmico.

    A imagem foi postada no Facebook do jornal algumas horas antes do ataque, no qual 12 pessoas morreram, entre elas o diretor do periódico, Stephane Charbonnier.

    Na sátira, o jornal deseja bons votos de Ano-Novo ao extremista, "sobretudo saúde", lê-se no desenho,

    Reprodução
     Cartum satirizando o líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, última públicação de jornal antes de atentado
    Cartum satirizando o líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, última públicação de jornal antes de atentado

    Nesta quarta (7), Três atiradores invadiram a redação do jornal e dispararam contra os jornalistas. O jornal já sofreu outros ataques por publicar caricaturas de líderes muçulmanos e do profeta Maomé. Em 2011, a redação foi alvo de um incêndio criminoso após ter publicado uma série de caricaturas sobre Maomé.

    De acordo com fontes de segurança, três homens atacaram a sede da publicação portando metralhadoras AK-47, trocaram tiros com policiais e depois fugiram em um carro dirigido por um quarto elemento do grupo. Eles foram até a região da estação de Porte de Pantin, no nordeste da cidade, onde abandonaram o veículo e sequestraram um outro, expulsando o motorista na rua.

    Rocco Contento, porta-voz de um sindicato de policiais, afirmou que houve aumento das medidas de segurança à sede do jornal por causa de ameaças recentes e que os homens entraram no local com a intenção de matar.

    Segundo um jornalista do "Charlie Hebdo", citado pelo jornal francês "Le Monde", os atiradores chegaram ao local na hora da reunião da redação. "Os agressores sabiam que às 10h de quarta-feira havia uma reunião editorial semanal. No resto da semana não há muitas pessoas no local", afirmou.

    O presidente da França, François Hollande, foi ao local e disse que não há dúvida de que o ataque foi terrorista.

    "A França é ameaçada porque, assim como outros países, nós somos um país de liberdade", disse Hollande em frente à sede do "Charlie Hebdo".

    O ministro do interior, Bernard Cazeneuve, informou que o governo elevou ao nível máximo o alerta anti-terrorista na região de Paris após o atentado. O anúncio foi feito após uma reunião interministerial de crise comandada pelo presidente François Hollande.

    Segundo Cazeneuve, os três responsáveis pelo atentado ainda estão foragidos. "Todos os meios do Ministério do Interior (responsável pela polícia) e da Justiça estão mobilizados para prender os responsáveis por essa barbáries e puní-los com a severidade necessária", afirmou o ministro.

    Ele também afirmou que em todos os departamentos franceses a segurança será reforçada em estações de trem, templos religiosos, prédios públicos e redações de jornais. Além da polícia, o exército também vai mobilizar homens para reforçar a segurança na capital francesa.

    A França já estava em estado elevado de segurança após militantes islâmicos terem incitado ataques contra cidadãos e alvos franceses em resposta aos ataques militares da França contra redutos de islamitas na África e no Oriente Médio.

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