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    Brasileiros mantêm turismo e compras sem saber de ataque em Paris

    RAPHAEL SASSAKI
    ESPECIAL PARA A FOLHA, DE PARIS

    07/01/2015 23h19

    O choque geral da população parisiense frente ao ataque contra o jornal satírico "Charlie Hebdo" convivia quase que normalmente com o idílio turístico diário da cidade —com as principais atrações e o metrô funcionando, muitos visitantes não sabiam que, enquanto realizavam seus passeios, terroristas eram caçados na capital francesa.

    A Folha conversou com 20 turistas brasileiros que passam as férias em Paris —15 deles souberam da notícia diretamente da boca do repórter.

    "É mesmo? A gente estava em um momento tão feliz e ouvir essa notícia realmente me chocou", disse a brasileira Maria Virgínia, 36, que passou o dia com a família conhecendo a cidade de metrô.

    Um grupo vindo de Ribeirão Preto (SP) se divertia observando os animais no entorno da torre Eiffel quando receberam a notícia. "Eu li algo sobre atentado terrorista quando saía do Louvre, mas achei que era só um aviso recorrente", disse Luiz Frazon, 32.

    Na avenida Champs Elysées —meca do turismo de consumo—, o movimento não era pequeno. "Minha família nos contou sobre os ataques, mas tudo está muito calmo, todo mundo está comprando normalmente", disse João França, 30, que veio de Fortaleza.

    Brasileiros expatriados

    O tom de tranquilidade dos turistas contrasta com a tensão e tristeza dos brasileiros que moram em Paris.

    "Moro ao lado do jornal, preciso pegar o metrô e estou com medo. Tenho planos de ter filhos com meu namorado e tenho medo, pois não sei em qual sociedade eles viverão daqui pra frente", disse a jornalista Denise Rodrigues, 29.

    A empresária Pryscila Musso, 33, que leva turistas brasileiros para visitar a França, vai recomendar a seus clientes que visitem outras cidades, como Marselha e Lyon, enquanto Paris permanecer em alerta máximo de segurança. "Choca a todos nós brasileiros que, como eu, escolheram este país como lar e o adotaram como segunda pátria", disse.

    Ricardo Costa, 41, que trabalha com moda, ecoa a mesma apreensão. "Hoje é uma data histórica pois as ameaças dos fundamentalistas se concretizaram e tenho o sentimento de que a caixa de Pandora foi aberta."

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