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    Ministro alemão pede que Pegida desconvoque passeata islamofóbica

    DA EFE

    11/01/2015 16h04

    O ministro de Justiça da Alemanha, Heiko Maas, pressionou neste domingo (11) o movimento "Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente" (Pegida) a desconvocar sua manifestação silenciosa marcada para esta segunda-feira (12) e que pretende ser de luto pelas vítimas da revista francesa "Charlie Hebdo".

    "Se têm um pingo de decência, deveriam desconvocar sua manifestação", apontou Maas, do Partido Social-Democrata (SPD), em declarações que serão divulgadas na segunda (12) pelo jornal "Bild", e foram antecipadas hoje.

    Fabrizio Bensch/Reuters
    Manifestantes do Pegida em protesto em Dresden, na última segunda (5)
    Manifestantes do Pegida em protesto em Dresden, na última segunda (5)

    O ministro alemão classificou como "repugnante" a pretensão do movimento de instrumentalizar o "atroz atentado" contra a revista, e lembrou que a própria Pegida acusava uma semana atrás a imprensa de assédio e de difamar o movimento.

    O Pegida convocou para amanhã sua 12ª manifestação em Dresden, a cidade onde se originou esse movimento e onde foram crescendo essas convocações, até alcançarem o número de 18 mil seguidores, uma semana atrás.

    Nesta ocasião, o movimento pediu em sua conta no Facebook que levem papeis negros pelas vítimas de "Charlie Hebdo", um atentado que, segundo uma mensagem dos líderes do movimento, reforça suas advertências contra o islã.

    Cerca de 35 mil manifestantes, segundo números das autoridades de Dresden, se somaram no sábado (10) à manifestação convocada na cidade a favor da tolerância e em resposta às passeatas de segunda-feira do Pegida.

    A manifestação, liderada pelo primeiro-ministro do "Land", o conservador Stalislaw Tillich, passou pela Frauenkirche, a igreja mais emblemática de Dresden, destruída pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial e reconstruída com donativos de todo o mundo.

    "Não deixaremos que o ódio nos divida", era o lema da passeata, expressão de rejeição da população ao Pegida.

    Foi a maior mobilização até agora na Alemanha contra esse movimento islamofóbico, seguida por outras em várias cidades do país.

    A comoção após o atentado de Paris multiplicou, por um lado, as convocações contra a islamofobia e, por outro, as advertências do Pegida de que o Islã é uma ameaça.

    O Conselho Central dos Muçulmanos da Alemanha chamou os partidos do espectro parlamentar a apoiar sua concentração, na próxima terça-feira (13), diante do Portão de Brandemburgo de Berlim.

    A chanceler Angela Merkel, que neste domingo (11) participou da manifestação de Paris com vários de seus ministros, garantiu o respaldo da União Democrata-Cristã (CDU) à convocação do coletivo muçulmano.

    Em sentido parecido, se pronunciaram a direção das principais formações políticas, tanto o governante Partido Social-Democrata (SPD) como os opositores Verdes.

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