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    Após ataques, França diz que 10 mil militares protegerão 'lugares sensíveis'

    DA AFP
    DE SÃO PAULO

    12/01/2015 08h36

    A França anunciou nesta segunda-feira (12) que mobilizará 10 mil militares para proteger lugares considerados 'sensíveis' após a onda de atentados que deixou 17 mortos na semana passada.

    O anúncio da medida foi feito pelo ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, após uma reunião de crise com o presidente François Hollande.

    JUDEUS

    A França também implementará medidas específicas para a proteção da comunidade judaica no país.

    O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, anunciou, também nesta segunda, a nomeação de um encarregado de coordenar a segurança de locais frequentados por judeus na França.

    Thomas Samsom/AFP
    Reféns deixam supermercado kosher invadido por jihadista em Port de Vincennes; quatro morreram
    Reféns deixam supermercado kosher invadido por jihadista em Port de Vincennes; quatro morreram

    Patrice Latro será responsável pela segurança de 717 escolas e locais de culto judeus no país –que são protegidos desde hoje por 4.700 policiais e guardas–, anunciou Cazeneuve num encontro com pais da escola judaica Yaguel Yaacov, em Montrouge, situada a poucos metros do local onde a policial Clarissa Jean-Phipippe foi assassinada pelo jihadista Amedy Coulibaly na quinta.

    ATAQUES

    Na manhã da quarta (7), dois homens encapuzados e fortemente armados invadiram a redação do jornal "Charlie Hebdo" – conhecido por publicar charges satirizando Maomé– e mataram 12 pessoas, entre elas oito jornalistas e dois policiais.

    O ataque foi realizado pelos irmãos Chérif e Said Kouachi, jihadistas franceses de ascendência argelina. Durante a matança, gritavam que estavam "vingando o profeta", em referência a Maomé.

    Na quinta, um tiroteio em Montrouge, periferia ao sul de Paris, deixou uma policial morta e outra pessoa ferida.

    Amedy Coulibaly, que reivindicou o crime em vídeo, invadiu um supermercado judeu no dia seguinte em Port de Vincennes, bairro do leste da capital francesa, e fez reféns.

    Concomitantemente, a polícia invadiu uma gráfica em Dammartin-en-Goële, onde os irmãos Kouachi se entrincheiravam e o supermercado.

    Os três terroristas foram mortos, mas no episódio de Coulibaly, quatro reféns –todos judeus– também morreram.

    MANIFESTAÇÕES

    Manifestações tomaram conta da França no domingo. Estima-se que 3,7 milhões de pessoas tenham ido às ruas em homenagem às vítimas dos ataques, no maior protesto da história da França

    Só em Paris, 1,5 milhão marcharam da Place de la Republique à Place de la Nation.

    Quase 50 chefes de Estado estiveram presentes, como o premiê britânico, David Cameron, a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e seu homólogo italiano, Matteo Renzi.

    Líderes árabes, como o Rei Abdullah da jordânia, também estiveram presentes.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Cerca de 6% da população do país, que tem 66 milhões de pessoas, saíram às ruas
    Cerca de 6% da população do país, que tem 66 milhões de pessoas, saíram às ruas

    O Brasil foi representado na marcha pelo seu embaixador em Paris, José Bustani.

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